“Ibiza” de Arnaud Lemort
Um desabafo, para começar.
Durante todo o mês de fevereiro, Qu’est-ce qu’on a encore fait au Bon Dieu?, foi líder de bilheteiras em França. Para os mais distraídos, trata-se da sequela de Que Mal Fiz Eu a Deus?, um dos filmes franceses mais vistos de sempre em França e, também, no nosso país. Estranhamente ainda não temos confirmação que a sequela vá estrear no nosso país.
Tudo isto por(que) Christian Clavier. O vetereno ator francês, senhor de uma invejável carreira, recheada de sucessos e desempenhos memoráveis, é o protagonista de ambos. E sempre que pensamos em Ibiza, colocamos a questão…
Timing is everything!
Como em quase tudo na vida, o momento é algo de extrema importância, e nesse aspeto a data de estreia no nosso país do filme de Arnaud Lemort não poderia ser mais certeira.
Mês de Agosto, Verão e Ibiza são uma combinação mais do que perfeita. E essa associação resultou em pleno, pelo menos em termos de bilheteira. Já no que há comédia propriamente dita diz respeito, percebe-se o espírito, louva-se o esforço e desconfia-se profundamente do resultado.
Não se pode dizer que o serão não tenha sido agradável, mesmo que fugaz e estranho. Dá para rir, comentar, reviver e questionar muitas das opções. O quarteto de protagonistas vai fazendo a sua parte, em especial Clavier que volta a demonstrar o seu talento especial para figuras hilariantes fora do seu ambiente natural.
Philippe (Clavier) nunca teve grande sucesso no amor mas a irreverente Carole (Mathilde Seigner) parece realmente apreciar a companhia deste pedologista entradote, de gostos refinados e férias na sempre chuvosa campagne francesa, mais propriamente na região de Nord-Pas-de-Calais.
Mas quando o casal, acompanhado dos filhos adolescentes de Carole, “escolhe” Ibiza como o destino das férias de Verão, o resultado é totalmente imprevisível! Ex-namorados(as), noitadas, copos e tudo o mais que pode acontecer numas férias na mítica ilha espanhola.
O senão é que fica a clara sensação que o filme é para consumo instantâneo, tipo fast-food. É agradável no momento mas deixa poucas saudades no final.
Mas quem somos nós para criticar. Se durante quase 1h30, tudo o mais fica à porta da sala de cinema, e voamos todos para Ibiza, já é bom.
Sempre é melhor do que ficar em casa!