“Midway” de Roland Emmerich
Não sei se será honesto considerar este Midway como uma sequela do afamado Pearl Harbor (de Michael Bay) – até porque há uma parte da História que é comum a ambos – mas, se o fosse, seria aquela sequela mais séria, assertiva e competente.
Roland Emmerich famoso pelas marcantes e megalómanas produções, com destaque para The Day After Tomorrow e Independence Day, acaba por ser bem mais conciso e direto do que o habitual, focando atenções em exclusivo na história que quer contar, sem grandes alaridos ou espetáculos desnecessários.
Isto não quer dizer que o filme não tenha os seus momentos “pipoca”. Aos comandos de um caça, na traseira de uma bomba, a bordo de uma porta-aviões ou de um submarino. O realizador não deixa de nos dar um cheirinho do que a evolução tecnológica permite hoje ao cinema, com grandes explosões e emoções.
No entanto, há realmente uma História para contar. Tudo começa em Pearl Harbor (ou um pouco antes) e prossegue com os primeiros meses da Guerra do Pacífico, marcada por alguns dos mais históricos confrontos marítimos da História mundial.
O exemplo maior é a batalha de MIDWAY, apresentada como um dos momentos determinantes e decisivos no conflito bélico entre norte-americanos e japoneses.
O fio condutor é um voluntarioso grupo de aviadores da marinha norte-americana, e o seu papel determinante nessas batalhas. Ed Skrein, Luke Evans e Nick Jonas são os homens na linha da frente, enquanto Patrick Wilson, Woody Harrelson e Dennis Quaid são os homens nos bastidores que controlam os destinos de toda uma nação.
Patriótico q.b., ou não estivéssemos perante um filme de Guerra norte-americano, porém mais do que enaltecer ou glorificar o feitos dos pilotos norte-americanos, o filme conta uma história – sobretudo a versão dos vencedores, tal como acontece desde os primórdios da História. Tentando ao máximo perceber os dois lados da História, Emmerich dá (ainda que de forma subtil) o devido relevo às motivações e angústias do lado japonês, bem para lá dos meros kamikazes.
Não sei se é suficiente para levantar o espírito das tropas, mas é, seguramente, um retrato fiel de como as batalhas (e as guerras) eram ganhas. Ou, por outras palavras, uma demonstração real da autenticidade da Batalha Naval (o jogo de tabuleiro, ok!?!?).
Viajamos no tempo e, sobretudo, para o epicentro de uma batalha épica, onde a perícia, a astúcia e perseverança fizeram a diferença.
E, pelo meio, ainda tivemos direito a John Ford, o realizador.
Mas isso fica só para quem teve o prazer de ver o filme!