“Jexi” de Jon Lucas e Scott Moore

Não sei se foi a melhor forma de terminar o ano (cinematográfico), mas foi, seguramente, uma bem divertida.
Uma história contemporânea, bem-humorada, hiperbólica (espero eu!) mas certeira e inteligente que faz rir, na mesma proporção que faz pensar. Infelizmente, o trailer revela um pouco demais do que nos espera, mas ainda assim, o resultado final é relativamente agradável… e alarmante.
É verdade que nos EUA a dependência tecnológica parece uns anos à frente da nossa – não necessariamente no melhor sentido – mas não é assim tão difícil identificarmo-nos com as angústias e excentricidades dos protagonistas.
O telemóvel tornou-se, para mal de todos os nossos pecados, no centro de todas as atenções. Com consequências ainda por revelar, essa omnipresença tem seguramente os seus benefícios. Mas a que preço?
Há toda uma geração que está online 24h por dia e, mais do que isso, depende dessa presença para o seu dia-a-dia. A meteorologia, o transito, as refeições, as deslocações, o entretenimento, o romance e as relações familiares dependem desse estado de permanente ligação à internet.
Phil (Adam Devine) é um exemplo dessa geração que vive para o telemóvel, e do telemóvel, ao ponto de trocar a convivência com outros humanos pelo conforto da omnipresença de Jexi (Rose Byrne), o sistema operativo, programado para fazer a sua vida melhor!
Até que surge na equação Cate (Alexandra Shipp), uma rapariga diferente, desconectada e extrovertida que lhe dá a conhecer um novo mundo. Está formado um triângulo amoroso complicado…
O filme acaba, aqui e ali, por ir além da conta, mas nunca no que ao humor diz respeito. A comédia é saudável, propositada e invariavelmente temperada com bom senso e consideração. O único desconforto que sentimos é mesmo relativo ao retrato que é feito, de uma dependência e existência que muitas vezes troca o prazer da descoberta e da interação, pelo conforto do conhecimento e da apatia.
Mas de forma bastante ligeira, extrovertida e simpática.
WAKE UP, BITCH!!!

