“Godzilla vs. Kong” de Adam Wingard
Se a luta entre os monstros é a desculpa para ver o filme, é na relação destes com os humanos que reside o seu grande atrativo.
Na altura não escondemos a nossa semidesilusão com King of the Monsters, pelo que o mais surpreendente desta sequela é, de facto, o salto qualitativo face ao seu antecessor. Naturalmente as expetativas foram amplamente diferentes, mas é inequívoco que Adam Wingard volta a dar emoção e relevo a estes monstros titânicos.
Millie Bobby Brown volta a acompanhar o seu Godzilla, enquanto a jovem Kaylee Hottle faz de interesse afetivo do “novo” Kong. Tendo perdido Skull Island (e desconhecendo o grau de continuidade deste para Godzilla vs. Kong) foi com alegre satisfação que assistimos à humanização deste colosso, ainda para mais de forma tão ternurenta.
Kong vive agora “protegido” enquanto Godzilla assume o seu lugar como macho Alfa do planeta. Até que – numa daquelas intrigas de “trazer por casa” – os dois monstros acabarão por medir forças enquanto nos bastidores algo bem mais perigoso se vai desenhando.
Com toque de Jules Verne, o enredo explora novos mundos – ainda que nem sempre da forma mais clara e coerente – para regressar ao seu habitat natural, mais urbano e destruidor, a tempo do duelo final.
Apesar do toque tecnológico e monstruoso, o filme recupera a humanidade ausente em King of the Monsters o que prende o espetador, num crescendo de expetativa quando ao desenlace final.
The King is back!
-
Pingback: “Tom & Jerry” de Tim Story – Doces ou Salgadas?