“Um Homem Furioso (Wrath of Man)” de Guy Ritchie
Guy Ritchie é um mestre na arte do thriller. Nisso e na capacidade de interligar histórias das formas mais imprevisíveis possíveis.
Desta vez ele não vem só, no que ao cinema de ação diz respeito. Jason Statham – de lhe deve a sua carreira no cinema quando há mais de 20 anos apostou nele – é hoje um dos mais conceituados action hero‘s do cinema, e não deixa o seu crédito por mãos alheias.
Carrancudo, imponente e assertivo, o ator inglês encarna na perfeição este Homem Furioso. Mas H. está longe de ser aquele herói irrepreensível, típico do cinema de Hollywood.
Conhecemos H. como o novo funcionário de uma empresa de transporte de valores. Porém, ele não é um ativo qualquer e os seus colegas e superiores irão rapidamente percebê-lo. Nós também, ao mesmo tempo que percebemos que H. não é exatamente quem aparenta ser. Desse momento em diante, começamos a desconfiar do que nos é dado a conhecer… até tudo começar a fazer (mais) sentido.
Seguindo uma linguagem narrativa muito própria, Ritchie faz-nos avançar e recuar na história recorrendo à divisão do filme em vários capítulos.
Vamos seguindo as migalhas mas (quase) sempre com o desconfiómetro ligado. Ainda que de pouco nos sirva, uma vez que a imprevisibilidade e coerência enredo são verdadeiramente de primeira linha.
A cereja no topo do bolo fica a cargo das cenas de ação. Para lá do argumento e, naturalmente, do seu protagonista, destaca-se a tremenda capacidade para fazer da violência e da intensidade vertiginosa parte integrante da história!
Ação incessante, do primeiro ao último segundo!
Mas com critério, inteligência e astúcia.