“Snake Eyes: A Origem dos G.I. Joe (Snake Eyes: G.I. Joe Origins)” de Robert Schwentke
O mais caricato neste Origins é que passámos a maior parte do tempo convencidos que a história não encaixa bem!
Se o percurso do próprio protagonista é, já de si questionável, mesmo com o pouco conhecimento que temos do seu posicionamento, assim como do seu eterno rival, Storm Shadow, no Universo G.I. Joe, somos obrigados a questionar recorrentemente a narrativa deste Origins. E essa dicotomia leva-nos a desfrutar menos do que o que devíamos dos momentos mais intensos, simplesmente porque algo não está “certo”.
O mesmo não se pode dizer dos seus protagonistas. Henry Golding, Andrew Koji, Haruka Abe e Úrsula Corberó prometem (e cumprem!), deixando antever que, havendo vontade e pertinência, há talento e carisma para mais aventuras.
Com um início a lembrar o recente Mortal Kombat (e aparentemente o próximo Shang-Chi da Marvel), o filme de Robert Schwentke rapidamente segue o seu próprio rumo, até começar a surpreender. A relação entre Snake Eyes e Tommy torna-se o ponto fulcral do enredo, apenas superado pelo belo enquadramento nipónico que o filme revela, numa clara mudança de ares que beneficia fortemente o próprio filme. Depois é só uma questão de esperar pela chegada dos G.I. Joe e dos Cobra, para tudo começar a fazer (algum) sentido.
Naturalmente a cultura japonesa é um dos enfoques principais do filme, especialmente depois de termos – finalmente! – percebido o rumo da história. Esse lado quase místico e lendário ajudar a captar a nossa atenção, ampliada por algumas cenas bem engendradas, com especial relevo para a perseguição na auto-estrada, já perto do final do filme.
O desenlace final cumpre os requisitos mínimos, ajudando a esclarecer muitas das opções narrativas mais questionáveis.
Por muito estranho que possa parecer voltarmos às origens depois de 2 filmes com os seus altos e baixos – G.I. Joe: The Rise of Cobra e G.I. Joe: Retaliation – fica a clara sensação que há aqui malta com carisma e talento para dar um novo rumo aos heróis da Hasbro, e quem sabe preparar uma nova saga repleta de ramificações.
Valeu o esforço (os seus protagonistas!) e alguns momentos bem conseguidos. Resta-nos, agora, esperar por novidades.
Com ansiedade controlada… mas repletos de otimismo.