“Regras Para Ser Feliz/Georgia Rule” de Garry Marshall
Antes de começar devo confessar que este filme não era propriamente a minha primeira escolha. Ainda assim, um filme onde figuram Felicity Huffman (Donas de Casa Desesperadas e Transamerica), a vulcânica Lindsay Lohan e, sobretudo, Jane Fonda, destaca-se sempre da mediana. Se ainda lhe juntarmos o realizador Garry Marshall, responsável por Pretty Woman e Ruanaway Bride, ficamos a saber que, pelo menos, o preço do bilhete não será em vão.
O filme é apresentado, como uma comédia dramática, o que a partida pode parecer um pouco complicado de conjugar. No entanto a divisão entre os dois géneros é facilmente identificável, no trailer temos a comédia, no filme temos o drama! É verdade que o drama é apresentado de forma ligeira, quase em tons de comédia, porém os assuntos retratados dificilmente permitem que o sorriso perdure por muito tempo.
Fonda (Georgia), Fuffman (Lilly) e Lohan (Rachel) representam avó, mãe e filha, no entanto a relação entre as 3 está longe de ser pacífica. Após mais uma discussão Lilly decide deixar a sua filha com Georgia no Idaho, durante o Verão. O problema é que passaram mais de 13 anos desde a última visita e nenhuma das 3 está preparada para conviver com as outras. No meio do reboliço o pequeno mundo de cada uma será abalado por algumas revelações contundentes.
Todavia nem só de mulheres vive o filme. No meio do turbilhão encontramos também Dermot Mulroney, Garrett Hedlund (Eragon e Friday Night Lights) e Cary Elwes (Saw).
No final, percebemos que fomos enganados, e ainda bem! Em vez de mais uma comédia de Verão assistimos a um retrato singelo porém acutilante duma realidade muitas vezes esquecida.
Em suma, mais do que um filme PARA mulheres, temos um filme DE mulheres, algo cada vez mais raro no cinema actual em que abundam os heróis de acção, os thrillers intensos e as comédias desmioladas normalmente protagonizadas por homens e destinadas aos adolescentes do sexo masculino.
Não que eu seja contra os filmes mais machos mas como já aqui afirmei, “é na diversidade que se encontra a verdadeira beleza do cinema!”.