“O Mal Casado/The Heartbreak Kid” de Bobby e Peter Farrelly
Mais uma vez a propósito do artigo da Forbes (onde eram enunciados os actores mais lucrativos de Hollywood), um dos aspectos aí destacados era o fraco “rendimento” dos actores de comédia norte-americanos mais conceituados (casos de Ben Stiler, Adam Sandler ou Will Farrell). A desculpa (esfarrapada!) dado pelos autores do artigo era que as traduções prejudicavam a qualidade do filme, perdendo-se muitos dos momentos mais subtis.
Não vou negar que por vezes vêm-se traduções que são de se bradar aos céus mas pela amostra recente do que tem chegado ao nosso país, falo-vos concretamente deste The Heartbreak Kid e de Superbad (já para não falar de “clássicos” como As Corridas Loucas de Ricky Bobby!), o problema está muito mais a montante do que a jusante. O estilo de humor utilizado, físico e excessivamente explícito é de tal forma exagerado que assusta os espectadores com o mínimo de formação/inteligência. Explorar de forma recorrente o uso de palavrões, do sexo e de situações estúpidas, nem sempre são (se é que alguma vez o foram) sinónimos de comédia!
Bobby e Peter Farrelly, dupla responsável por uma nova vaga da comédia norte-americana (Doidos po Mary; Me, Myself & Irene; Stuck on You), sempre surpreenderam pela sua irreverência mas também pela forma inteligente e divertida como lidavam com alguns dogmas da cultura norte-americana. Não digo que o dom se perdeu, apenas que desta vez acertaram bem ao lado.
Ben Stiler é Eddie Cantrow, um solteirão convicto que não vê com boas olhos a ideia de casamento. Porém, depois de conhecer Lila (Malin Akerman), aparentemente a “mulher perfeita”, decide arriscar e ao fim de poucas semanas de namoro acaba por casar com ela. A caminho do México, onde vão passar a lua-de-mel, o casal irá, finalmente, começar a conhecer-se. Da noite para o dia o céu vira inferno, a perfeição vira diabo e a tentação aparece na forma de Michelle Monaghan (Mission: Impossible III).
No final fica a ideia que se perdeu a oportunidade de fazer um filme com piada.
Já para não falar no desperdício que foi a oportunidade de juntar num mesmo filme Ben e Jerry Stiller (da mítica série Seinfeld) que se limita a um pequeno papel secundário fazendo, precisamente, de pai de Eddie.
Em suma, merecíamos todos um pouco (muito!) mais, actores, realizadores e, sobretudo, espectadores!
também fiquei com um sabor desagradável na boca… é básico e fácil, ridículo… nem chega a ser comédia de tão forçado que o filme é…