“Rescue Dawn: Espírito Indomável” de Werner Herzog
Sem dúvida que existem Histórias que merecem ser contadas! A de Dieter Dengler é uma delas.
O espírito de sobrevivência e de alegria de viver do jovem tenente da força área norte-americana que em 1966 escapou de uma “prisão” do Laos em plena guerra do Vietname, são a todos os níveis memoráveis e justificam plenamente o preço do bilhete.
Num momento em que tanto se fala de filmes sobre a guerra do Iraque, o realizador alemão Werner Herzog, segue na direcção oposta e revisita outro palco de guerra, o Vietname. O cinema norte-americano, sobretudo nas décadas de 70 e 80 abordou de forma sistemática e sobre diferentes prismas a flamejada intervenção dos EUA nesse pequeno país asiático. Desta vez a guerra serve apenas de pretexto à história de um homem que apenas queria ser piloto.
Dieter Dengler, piloto norte-americano de origem alemã, era um apaixonado pela aviação deste a 2ª Guerra Mundial. Esse seu fascínio levou-o a anos mais tarde a alistar-se na força aérea norte-americana, e o concretizar do seu sonho conduziu-o até à Guerra do Vietmane.
Estávamos ainda no início da ofensiva da guerra quando o avião pilotado por Dengler é abatido enquanto sobrevoava o Laos (pequeno país fronteiriço com o Vietname). Feito prisioneiro no meu da selva, Dengler, juntamente com 6 outros enclausurados, planeia uma fuga que lhe possa restituir a liberdade. Porém, a fuga do campo onde estava aprisionado acaba por ser a parte fácil, pois a selva apresenta-se muito mais perigosa que os seus carcereiros.
Para além da história, o outro grande atractivo do filme é a interpretação de Christian Bale no papel Dengler. O actor que dá corpo a Batman, tem nesta sua capacidade de representar tanto o mais faminto prisioneiro como o mais robusto héroi de acção o seu maior atributo. Bale é actualmente uma dos mais talentosos actores da sua geração alternando filmes de grande orçamento, como o western 3:10 to Yuma, com obras mais intimista como I’m Not There (também ele no papel de Bob Dylan).
Muito longe de ser um sucesso de bilheteira (aliás o filmes estreou apenas em 1 sala no Grande Porto), este filme acaba por ser uma experiência interessante e marcante.
Muitas vezes o cinema não se mede pela quantidade de dinheiro gasto nem pela quantidade de pessoas dentro de uma sala, mas sim pela sua capacidade em mostrar aquilo que estava esquecido ou escondido.