“O Pequeno Marciano/The Martian Child” de Menno Meyjes
Penso que este filme fará mais pelo incentivo a adopção do que qualquer “propaganda” institucional. E, para bem e para o mal, acaba por não ser muito mais que isso.
Para o bem porque se trata de uma história comovente, de como as nossas auto-defesas podem-nos fazer pensar/agir como seres de outro planeta, mas também porque faz um retrato “ternurento” da difícil recuperação de duas pessoas (pai e filho) depois de perdas (quase) irreparáveis.
Para o mal porque o filme restringe-se a isso mesmo, a contar o encontro e o nascer da relação entre ambos, não arriscando na explicação do seu passado nem em aprofundar outras histórias paralelas, como por exemplo a relação entre o adulto e a irmã da sua falecida mulher.
E claro, pelo lado do bom obviamente!, o filme conta com John Cusack e o seu ar de cachorro abandonado que aprendi a apreciar desde o modestíssimo mas brilhante Alta Fidelidade /High Fedility.
No filme John representa David um conceituado escritor de ficção-científica que reparte o seu dia-a-dia entre o aconchego da sua irmã (Joan Cusack), a amizade com a sua cunhada (Amanda Peet) e a solidão da repentina morte da sua mulher. No intuito de cumprir o sonho da sua mulher ele disponibiliza-se para adoptar uma criança. A sua improvável oportunidade irá surgir quando lhe é entregue provisoriamente Denis (Bobby Coleman), uma criança problemática e bastante carente que se esconde por detrás da sua da sua auto-intitulado origem marciana. Apesar da sua inexperiência David tudo fará para quebrar as auto-defesas da criança afim de poderem AMBOS superar os seus traumas.
Nesta altura do ano, com a chegada dos filmes mais conceituados e publicitados, tenho a plena convicção que este filme será facilmente esquecido perante tamanha concorrência.
É pena, pois não deixa de ser um belo retrato e um óptimo incentivo para todos aqueles que estejam dispostos a partilhar o seu amor com uma criança.
Este sim é um filme engraçado! 🙂 Claro que para o meu gosto!! Gosto de histórias que cativem, que no final faça pensar na vida… e este fez! Apreciem!