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“Este País Não É para Velhos (No Country for Old Men)” de Ethan e Joel Coen


Nunca é fácil comentar um filme depois de ele ter ganho o Oscar de Melhor Filme do ano.
Se elogiamos é porque seguimos a maré. Se criticamos é porque somos críticos portugueses, i.e. criticamos todos os filmes pelo prazer de criticar.

Para complicar as coisas, a principal característica de No Country for Old Men é, precisamente, a sua ambiguidade. Em boa verdade o filme não tem uma história central, existem 3 pequenos enredos que se vão desenvolvendo em paralelo e interligando-se constantemente mas cada um com o seu protagonista, as suas motivações, as suas privações.

Com isto o objectivo da obra de Cormac McCarthy, na qual os irmãos Coen se basearam fidedignamente para escrever e realizar este filme, é, digo eu, retratar uma sociedade em mudança no oeste norte-americano nos inícios da década de 80. A explosão do tráfico de droga na fronteira com o México, os assassinos profissionais, a violência (gratuita), as desigualdades económicas e a dificuldade de todos em se adaptarem aos novos tempos que se avizinhavam, são alguns dos aspecto retratos no filme, de forma crua e dura.

Mais do que uma história com princípio, meio e fim, o filme é um retrato de uma sociedade em mudança que não espera por ninguém e que se reconfigura de forma extremamente rápida.

Para além da qualidade do argumento e da realização do filme seria INJUSTO não destacar a brilhante performance de Javier Bardem no papel do tresloucado assassino, Anton Chigurh. Sem dúvida um desempenho magnífico ao nível de Daniel Day-Lewis em There Will Be Blood, e que beneficiou da sua (discutível) indigitação como Actor Secundário para vencer, sem margem para dúvidas, essa mesma categoria nos Oscars deste ano.

Uma palavra também para Josh Brolin, Tommy Lee Jones (nomeado este ano por In The Valley of Elah) e, por que não, para Woody Harrelson pelos seus desempenhos de qualidade acima da média que ajudaram, e de que maneira, a que este filme se tenha tornado num dos grandes fenómenos de 2007.

Para aqueles que não estão a par da história (Antevisão) explico-vos sucintamente. Brolin é o ganancioso e corajoso “ladrão” que se apropria de uma mala com mais de $2M que irá despoletar toda a acção do filme. Bardem o implacável e louco assassino que o persegue de forma irrepreensível e Lee Jones é o xerife da pequeno localidade fronteiriça onde se inicia a confrontação.

Ainda que a momentos o estilo visual dos irmãos Coen possa incomodar os mais sensíveis, o mais violento do filme acaba mesmo por ser a forma fria e irracional de como as mortes de vão acumulando ao longo do filme.

Hoje posso afirmar que se trata inquestionavelmente de um Clássico do cinema norte-americano, realizado por 2 “miúdos” que se limitam a fazer filmes de que gostam.

Conheci e apaixonei-me pelo seu cinema com Fargo, há 12 anos atrás.
A partir de agora sou fã para a vida!

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