“Michael Clayton” de Tony Gilroy
Ainda antes da gala de entrega dos Oscars deste ano fui ver este Michael Clayton.
Deu para perceber que não seria um forte opositor na corrida aos principais prémios mas, deu também para perceber que estava perante um dos melhores filmes do ano.
Um daqueles filmes que nos prende de início ao fim, com um ritmo bastante intenso e desempenhos bastante seguros do trio nomeado aos Oscars, George Clonney, Tom Wilkinson, Tilda Swinton. Curiosamente foi o trabalho que menos sensação me causou (o da actriz inglesa) aquele que acabou galardoado. Claro que Clonney e Wilkinson não tinham grandes hipóteses dadas as extraordinárias performance de Daniel Day-Lewis e Javier Bardem, respectivamente.
Regressando ao filme, Clonney é Michael Clayton um veterano advogado de uma conceituada firma, responsável pelos pequenos trabalhos de bastidores, fundamentais para o bem-estar da organização. Quando Arthur Edens (Wilkinson) perde as estribeiras e coloca em risco o trabalho de vários anos, a sua pronta e eficaz intervenção é requerida. Porém, à medida que vai compreendendo o que está por detrás do desvario do seu amigo de longa data, Clayton irá-se deparar com um problema bem mais complexo, com consequências devastadoras para todos os envolvidos. Essa imensa teia levá-lo-á até Karen Crowder (Swinton), a meticulosa responsável jurídica da U/North, um dos mais importantes clientes da Kenner, Bach, & Ledeen’s.
Sem nunca se perder pelos complexos meandros das leis e da barra dos tribunais, Tony Gilroy apresenta-nos uma recriação do “cinema de investigação” mantendo-nos durante a maioria do tempo perante a visão e o conhecimento de Clayton. Este “posicionamento” leva-nos a constantemente questionar toda a informação que obtemos, de forma a estarmos a par com o protagonista.
Fazendo com que não nos limitemos a observar o desenrolar dos acontecimentos, mas acabamos, também, por participar na intriga. Do primeiro ao último minuto queremos saber o que aconteceu e o que está a acontecer, sem pestanejar!
Só agora constatei que Tony Gilroy, o realizador e argumentista deste filme, é também responsável pela adaptação das (até agora) 3 aventuras de Jason Bourne ao cinema.
Está tudo explicado!