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“Duas Irmãs, Um Rei/The Other Boleyn Girl” de Justin Chadwick


A primeira reacção que costumo ter ao ver um filme histórico (dito, de época) é tentar perceber se aquilo que nos é apresentado será verosímil ou não. Sabemos que nunca podemos confirmar se todos os factos são reais mas queremos perceber se a história apresentada tem condições para ser real.

Quando saí da sala de cinema tinha as minhas sérias dúvidas. Tudo me pareceu demasiado exagerado. A História, as personagens, os cenários pareciam-me demasiado Hollywoodescos. Porém, após uma pequena pesquisa (hoje em dia, nada como a wikipédia) pude-me aperceber que afinal, mais uma vez, a realidade superou a ficção e grande parte dos factos apresentados, estão na verdade confirmados por vários historiadores.
Toma lá! que é para não te armares em esperto!

Henrique VIII (Eric Bana) é uma das figuras mais marcantes da história inglesa. Durante o seu reinado a quebra com a igreja católica deu aos protestantes o poder que estes necessitavam para se instalarem nas mais altas chefias do estado Inglês. O que parece mais improvável é que esse marco Histórico foi motivado pelos amores e desamores de um rei que tudo fez (ainda que infrutiferamente) para deixar um filho varão no seu lugar.
Bem no centro desta intempérie estiveram duas irmãs, Anne e Mary Boleyn (ou, em português, Ana e Maria Bolena).
Mary (Scarlett Johansson) a mais nova, facilmente se deixou levar pelos desejos do rei, tornando-se sua amante. Acabou por lhe dar o seu único filho varão, mas sendo bastardo acabou por nunca usufruir dos direitos paternais.
Anne (Natalie Portman), de temperamento bem mais combativo e irreverente, acabou por obrigar o rei a desposá-la antes de se entregar. Porém, a dificuldade em lhe “oferecer” o tão desejado filho varão conduziu-a a um fim muito característica da época em que se vivia!

Apesar do inegável valor dos três actores principais, estes parecem demasiado desenquadrados da realidade inglesa. Por seu defeito ou por influência do realizador Justin Chadwick (aqui, na sua estreia no grande ecrã), o actor australiano e as actrizes norte-americanas transmitem às 3 personagens do título, um tom demasiado pop para uma época em que o establishment inglês era já uma realidade constante.

Coincidência ou talvez não, os 2 desempenhos mais credíveis (ainda que em papéis secundários) ficam a cargo de Kristin Scott Thomas e David Morrissey, ambos ingleses. Ela no papel da desgostosa mãe de Anne e Mary e ele como seu irmão e elemento próximo do rei dado o seu título de Duke of Norfolk.

Como aula de História o filme tem bastantes virtudes.
Já como aula de representação parece-me que o máximo que podemos aprender é que não basta ter talento para desempenhar um papel que deverá vir de dentro.

Tenho dito!

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