“Os Falsificadores/Die Fälscher” de Stefan Ruzowitzky
Oscar de Melhor Filme Estrangeiro é sempre um óptimo cartão de visita para qualquer filme!
Neste caso as expectativas não saíram defraudadas no entanto, para quem está habituada às (grandes) produções norte-americanas nota que faltou algo ($) para transformar uma história marcante num filme memorável. Talvez Sally os pudesse ter ajudado…
Baseado numa histórica verídica, o filme retrata a maior operação de falsificação de dinheiro da história, levada a cabo pelos alemães em plena 2ª Guerra Mundial. Até aqui parece uma história interessante mas “banal”. O que a torna verdadeiramente especial é que essa operação foi levada a cabo por prisioneiros dos campos de concentração nazis, todos eles especialistas em diferentes áreas.
A liderar esta equipa improvável encontrava-se Salomon Sorowitsch (Karl Markovics), um judeu de origem russa preso, curiosamente (ou talvez não!), … por falsificação.
Esta task force criada como plano de último recurso para pagar a guerra contra os aliados, desfrutava de condições excepcionais quando comparadas com as dos restantes prisioneiros. Esse dilema, assim como o facto de estarem a trabalhar “para o inimigo” fez crescer em alguns dos “Falsificadores” um sentimento de rebelião que será testado até ao limite.
Entre filme de “larápios” e retrato fiel de uma das épocas mais marcantes da História Mundial, a obra do realizador austríaco Stefan Ruzowitzky opta quase sempre por um tom mais ligeiro ainda que seja impossível fugir em demasia à realidade. No fundo, acabamos por estar com estes prisioneiros especiais, como que a fingir que “lá fora” nada se passa. Ainda que omnipresente, talvez seja este o pequeno pecado do filme. Ao não mostrar a outra realidade acabamos por ter um pouco mais de dificuldade em compreender o verdadeiro dilema.
Por outro lado se calhar é isso mesmo que o realizador pretende … demonstrar-nos que o que os olhos não vêem o coração não sente!
Será mesmo verdade?