“Lars e o Verdadeiro Amor (Lars and the Real Girl)” de Craig Gillespie
A nomeação para Melhor Argumento Original nos últimos Oscars da Academia já faziam antever que este “pequeno” filme do cinema independente norte-americano se trataria de uma relíquia a preservar … ou a estranhar!
Visto o trailer a estranheza não podia ser maior!
Digamos que um jovem adulto com indubitavelmente alguns problemas de “raciocínio” se tinha apaixonado por uma boneca de borracha/insuflável e passeava com ela como se de uma pessoa se tratasse. O quê?!?!?
É isso mesmo! Verdade seja dita, no final tanto os familiares como os habitantes da pequena cidade do norte dos EUA, assim como todos nós, deva-se dizer, todos ficamos “apaixonados” por esta boneca, por esta história, por esta forma “irreal” de amar!
Ryan Gosling (nomeado em 2006 por Half Nelson) é Lars, o disfuncional solitário que rejeita qualquer tentativa de aproximação seja da sua família, seja do sexo oposto. Rejeitar no sentido lato da palavra! O mínimo acto de carinho ou preocupação é automaticamente repudiado por Lars que se refugia no seu mundo onde ninguém parece entrar. Porém, do nada, um dia Lars decide apresentar a sua nova namorada à família e à comunidade. Até aqui tudo normal, o problema é que a “namorada” de Lars é uma boneca de borracha (ainda que com todas as funcionalidades anatómicas!).
Decididos a ajudar Lars a ultrapassar esta sua ilusão/confusão, todos os habitantes desta pequena comunidade irão tratar Bianca (a boneca) como se de uma mulher de carne e osso se tratasse. Aos poucos a estranheza dará lugar …
A ternura que Lars transmite a Bianca é proporcional à que Ryan Gosling transmite à personagem (e a todos nós!). O seu desempenho, ainda que bastante improvável consegue ser suficientemente credível para nos fazer reflectir, questionar, sentir!
Se procuram uma experiência diferente numa sala de cinema não tenham medo de arriscar! Dificilmente não se sentiram tocados, comovidos, bem-humorados e surpreendidos com este filme.
Para os outros que procuram divertimento e adrelina, fiquem-se por Iron Man ou então aguardem mais uns dias, Indiana Jones está mesmo aí a chegar!
Apaixonante.. quando vi o trailer pensei: que filme é este?! Mas no final a sensação é tão boa!É bom acreditar que apesar de tudo ser “anormal” ainda existe uma realidade, e que por incrivel que pareça o amor tem uma força infinita! Vão ver..