“Filhos e Enteados/Step Brothers” de Adam McKay

Depois de filet mignon, mesmo o hamburger mais suculento dificilmente terá aquele sabor especial! Bem deixemo-nos de metáforas e falemos de situações concretas.

Em termos de comédias made in USA, este Verão tem sido particularmente decepcionante. Multiplicam-se obras com a “qualidade” de Zohan, Tropical Thunder ou Harold and Kumar … que para além de não convencerem deixa uma imagem muito dúbia do actual estado do género produzido naquele país.
Entretanto, praticamente do nada aparece essa pérola francesa, de seu nome Bienvenue chez les Ch’tis, que demonstra por A+B que não é preciso ser estúpido (perdoem-me a expressão!) para ter piada. Basta ser simples, bem-humorado e de coração aberto para fazer (so)rir as pessoas.

Perante esta bipolarização aparece-nos agora esta nova parceria de Will Ferrell e John C. Reilly (a 1ª tinha sido o intragável Talladega Nights, igualmente escrito e realizado por Adam McKay) que para o bem e para o mal não se enquadra nem em um nem no outro extremo. Coincidência ou não, o filme trás a marca de Judd Apatow como produtor, o que muito provavelmente o salvou de se tornar em mais um caso de excessos mas que infelizmente não é suficiente para se tornar numa comédia recomendável (a todos). O filme lá tem os seus momentos, sobretudo nas sequências em que os “irmãos” fingem fazer pela vida, mas também tem outros em que não se percebe (e desculpem-me mais uma vez a expressão) o porquê de tamanha ordinarice!!

Brennan (Ferrell) e Dale (Reilly) são dois matulões com quase 40 anos que ainda vivem com os respectivos pais. Apesar da tenra idade ambos assumem comportamentos e hábitos de vida típicos de um qualquer adolescente de 15 anos com a agravante de não estudarem nem trabalharem. Quando a mãe (Mary Steenburgen) de Brennan e o pai (Richard Jenkins) de Dale se apaixonam e decidem casar, na procura de uma vida mais completa, estavam longe de imaginar a trapalhada onde se meteram! É que os novos irmãos não estão propriamente interessados em partilhar o mesmo espaço…

No computo geral o filme acaba por ser uma obra aceitável sem ferir demasiadas susceptibilidades mas está longe de ser um dos filmes que ficarão na memória no final do ano.

Já agora, fará sentido deixar filmes como este para o final do mês de Setembro quando começam a chegar aos nossos cinemas obras de outro calibre? Não seria mais benéfico a sua estreia em pleno Verão, onde a disponibilidade e a aceitação estaria num patamar bem distinto?

Fica a modesta dica.

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