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“Desejos Selvagens/ Savage Grace” de Tom Kalin


CHOCANTE!! É o mínimo que se pode dizer!

Já estava de sobreaviso que a história teria múltiplos contornos controversos. Para mais o facto do filme ser baseado numa obra literária de prestígio, deixava antever que a narrativa estaria longe de ser consensual, directa, agradável. A primeira 1/2 hora do filme acaba por confirmar por completo as minhas expectativas mais conservadoras, o pior é que daí para a frente o filme atinge um patamar impensável!

A momentos cheguei a questionar até que ponto pode ir a morbidez humana para ser responsável por tal enredo. Mesmo para mim, um liberal assumido e descomplexado, existem situações no filme demasiado indescritíveis e indigestíveis.

Saí da sala com a sensação de alívio (por o filme ter terminado) e igualmente de revolta (não necessariamente pelo filme que acabava de assistir mas pela 1,5h desperdiçada em frente a uma tela!).

Ainda assim, subsistia um pouco de curiosidade relativamente à origem de tal história. Só no dia seguinte pude constatar que o livro é baseado…
… em factos verídicos (ainda que não totalmente confirmados por alguns dos seus intervenientes!).

Aí, tudo me pareceu ainda mais nebuloso. Alguém ter imaginação para tal enredo, é quase doentio, agora alguém ter na realidade vivido aqueles factos, pode tornar o filme ligeiramente mais aceitável mas a história será ainda mais perturbadora!
A alta sociedade (por definição: aqueles que não precisam de trabalhar toda a vida para serem bilionários) tem realmente os seus códigos, as suas manias, as suas pancadas. Talvez o excesso de ócio seja afinal demasiado perigoso!

Em brevíssimas palavras posso-vos dizer que o filme acompanha a conturbada vida familiar de Barbara Baekeland (Julianne Moore), uma pretensiosa e provocante aspirante a actriz que vive uma vida de luxúria e devaneio graças ao seu casamento com o abastado Brooks Baekeland (Stephen Dillane), herdeiro de uma das maiores fortunas dos EUA. Ao longo de 26 anos (1946 a 1972) acompanhamos os momentos mais marcantes da sua efusiva existência, assumindo especial relevo o peculiar relacionamento com o seu único filho, Tony (Eddie Redmayne).

Não é recomendado a menores de 16, não é recomendado a pessoas mais sensíveis, não é recomendado a pessoas mais conservadoras, não é recomendado a apreciadores do cinema mais comercial, não é recomendado a puristas, não é recomendado a maiores de 60, não é recomendado a pessoas com perturbações psíquicas, não é recomendado a jovens casais nem a solteiros, não é recomendado às classes mais altas, nem às mais baixas…

Bem, será recomendado para todos os outros …
… sejam eles quem forem!

Site Oficial
Trailer Pt
Trailer 2

NOTA: No meio deste rebuliço todo, esqueci-me de destacar a abismal interpretação de Julianne Moore. Ou muito me engano ou ainda corremos o risco de ouvir o seu nome por altura das entregas de prémios aos melhores do ano (devo estar louco, não?).
A pipoca é para ela!

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