“Platoon” de Oliver Stone
Motivado pela referência aos grandes sucesso de Oliver Stone, vi-me impelido a (re)vê-los no conforto do lar.
Comecei por Platoon. Outros lhe seguirão.
Apesar da tenra idade na altura da sua estreia, o filme faz há muitos anos, parte do meu imaginário cinematográfico. Ao revê-lo fica aquele constante sensação de déjà vu! Há situações, personagens, planos que me são extremamente familiares mas não dispunha de um fio condutor que pudesse juntar todas as peças.
Consensualmente considerado como um dos grandes filmes de Guerra alguma vez produzidos em Hollywood (ultrapassado, talvez, somente por Apocalypse Now), Platoon funcionou na sua altura como uma crítica mordaz à política de guerra norte-americana e aos princípios humanos que modelam muitos dos seus intervenientes.
A partir dos olhos de um jovem soldado (argumento com contornos auto-biográficos uma vez que o próprio Oliver Stone participou na guerra), acompanhamos a experiência indescritível de Chris Taylor (Charlie Sheen), um universitário que mesmo contra a vontade dos pais se alistou no exército (como voluntário) sendo colocado rapidamente na frente de combate.
Muito novo e inocente, ele irá sentir-se desde cedo dividido entre as ideologias de 2 Sargentos do seu Pelotão, o intuitivo e violento Bob Barnes (Tom Berenger) e o racional e moderado Elias Grodin (Willem Dafoe).
Para além do desempenho de actores de qualidade (alguns muito novos e uns meros desconhecidos na altura) e do argumento visceral, o filme destacou-se ainda pela magnificência da realização de Oliver Stone (merecidamente premiada com um Oscar) com especial destaque para a forma inovadora como filma as cenas de guerra, permitindo que o público se sinta praticamente no centro da batalha.
Atrás das folhas, de ambos os lados da guerra, na retaguarda ou através dos olhos dos protagonistas a câmara de Stone parece estar por todo o lado e em parte nenhuma!
Mesmo 20 anos depois de ter estreado e praticamente 40 anos depois dos facto relatados, as imagens continuam a impressionar e a deixar a sua marca.
Infelizmente o ser humano continua hoje a ser cruel e assustador como naqueles tempos.
Felizmente a inocência daqueles que não acreditavam é hoje impossível de justificar!
IMBD
Trailer