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“Bobby” de Emilio Estevez


Tal como referido na altura, na sua Antevisão, chegou a ser um dos grandes candidatos aos Oscars de 2006, (tendo inclusive sido nomeado para o Golden Globe de Melhor Filme nesse ano) porém, acabou por ser um dos esquecidos das nomeações (zero), facto que condicionou o seu percurso além fronteiras.

Nnão tenho certeza se sequer chegou às salas de cinema do Norte (se o fez foi sem o mínimo de promoção e valorização a nível nacional!) pelo que o seu visionamento foi resvalando na minha agenda em detrimento de outras obras… até hoje!

Curiosamente, 40 anos passados, a situação não poderia ser mais actual. Os EUA continuam a perseguir guerras pelo Mundo fora, a situação social (à que se junta agora a financeira) está longe de ser a melhor e a procura de um líder carismático está na ordem do dia.

Tal como Barack Obama o é agora, Bobby Kennedy (irmão do também assassinado JFK) era visto por muitos como a única pessoa que podia mudar o Mundo. A sua proximidade aos mais desfavorecidos, os seus ideais pacifistas, a sua convicção de renovação e as suas preocupações ambientalista eram tão verdade na década de 60 como o são actualmente!
Infelizmente, Bobby não chegou sequer a ser candidato à Casa Branca … foi assassinado em plena campanha enquanto se preparava para, primeiro, conquistar o apoio do seu Partido.

Mas o filme, em primeira análise, não é sobre a vida e os projectos de Bobby, é “simplesmente” sobre o dia e as pessoas que o rodeavam na altura em que foi assassinado.
Partindo de um grupo heterogéneo de personagens (algumas reais, outras totalmente fictícias), Emílio Estevez, constrói um mini-filme mosaico que espelha de forma minimalista mas precisa a sociedade norte-americana em finais dos anos 60. As suas aspirações, os seus receios, os seus erros e, acima de tudo, a sua esperança (colectiva) que uma pessoa, Robert F. Kennedy, fosse capaz dos “guiar”, em busca de um futuro melhor.

Honestamente o filme a momentos altera entre o ritmo lento e … o muito lento. A composição das personagens é bem conseguida mas na realidade pouco se passa!
Porém, na última meia-hora, tudo muda de figura. Com a antecipação do momento fatal, sente-se um aumento de adrenalina, de intensidade, de expectativa. Conjugado a parte ficcional com imagens reais temos a plena noção (até demasiado próxima!) dos acontecimentos verídicos.
Acabamos por sentir de muito perto o que se passou e o que isso significou para uma (senão várias) gerações!

Mais do que um filme, Bobby é o relembrar de um facto imprescindível da história norte-americana.
Permite-nos perceber que de um momento para outro tudo pode mudar.
Permite-nos, sobretudo, entender que temos de aprender com os (nossos) erros e tudo fazer para que não se repitam.

Uma lição de vida …
… para todos!

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