“Filho de Rambow (Son of Rambow)” de Garth Jennings
De tempos em tempos o cinema inglês surge com um filme que nos encanta pela sua simplicidade, sentido de humor e humanidade. Assim de repente, recordo-me de Quatro Casamentos e um Funeral, Ou Tudo ou Nada/The Full Monty e Bend it Like Beckham.
Cada um à sua maneira apareceram do nada para conquistar bilheteiras, sorrisos e corações.
Son of Rambow é o seu novo espécime, mais irreverente, mais improvável e mais surreal! Mas, ao mesmo tempo o mais inocente, surpreendente e esperançoso!
2 crianças, de origens bem diferentes, juntam-se para realizar e protagonizar uma curta-metragem baseada no grande filme do momento, First Blood (em Portugal, A Fúria do Herói), que é como quem diz o 1º Rambo, decorre o ano de 1983.
Will Proudfoot (Bill Milner) é um jovem introvertido, recentemente órfão de pai, e pertencente a uma religião elitista (a Plymouth Brethren family) que o obriga a um comportamento isolacionista. Como refúgio ele conta apenas com a sua imaginação e com os desenhos que faz um pouco por todo o lado.
Lee Carter (Will Poulter) é o arruaceiro da escola. Apesar das óptimas condições financeiras em que vive, a ausência dos pais denota-o de uma forte carência afectiva. Fruto da sua instabilidade familiar Lee descarrega a sua raiva amiúde. Quando se depare com o inocente Will vê nele o protagonista perfeito para o seu pequeno filme, e não só!
Da enorme imaginação e coragem de ambos irá nascer um projecto diferente ao qual não escapa o “normal” diferendo artístico entre actor e realizador. Ao mesmo tempo, eles terão de lidar com o evoluir da sua peculiar relação e com a intromissão de novos elementos.
Apesar dos muitos clichés que condimentam o filme, este acaba por se tornar num óptimo guia sobre o desabrochar da infância, os inúmeros obstáculos com que as crianças se deparam e a sua extrema imaginação e pragmatismo em resolver todos os seus problemas.
De uma forma ou de outra todos nós acabamos por nos identificar com alguma das personagens! Na sua simplicidade, na sua malícia, na sua ternura, na sua avareza, na sua rebeldia e na sua inocência podemos encontrar um pouco de cada um de nós!
É essa a magia do filme. Estamos lá todos!
Agora só falta irmos (irem) todos ver o filme para o comprovar!
-
Pingback: Antevisão “Detroit” de Kathryn Bigelow – Doces ou Salgadas?