“Coraline e a Porta Secreta” de Henry Selick
A ausência de Man on Wire – somente o vencedor do Oscar de Melhor Documentário – dos cinema do Porto (mais uma decisão INCOMPREENSÍVEL e DESCRIMINATÓRIA das distribuidoras nacionais!) acabou por alterar os planos para a matiné de sábado… e ainda bem!
Pegamos na pequenada lá de casa e fomos em excursão para o cinema!
No entanto, antes de prosseguir, deixo-vos a seguinte anotação:
Antes de irem assistir a mais esta aventura do cinema de animação a três dimensões, convém terem presente (e eu não o tinha por completo) que Henry Selick é o mesmo realizador/autor de The Nightmare Before Christmas, filme de culto do cinema de animação mas não necessariamente destinado a criancinhas!
… ou seja, mete um bocadito de medo, ok!?!
Bem… mas 15 anos já se passaram desde que Selick transpos para o cinema o argumento de Tim Burton e, ao que parece, a sua vertente mais sombria foi-se desvaindo em favor de um cinema mais consensual e infantil.
Coraline conta a história de uma insatisfeita menina que procura ocupar o seu imenso tempo livre da melhor maneira. Com uma casa nova para explorar e com uns pais super-ocupados (ou desinteressados) ela terá de apelar a toda a sua imaginação e aos seus invulgares novos vizinhos para se distrair.
Uma noite, ela é atraída para uma estranha porta numa parede da sala. Através dela encontrará um novo Mundo onde todos os seus desejos serão concretizados, no entanto, esta nova realidade é bem mais sombria do que parece…
Roçando o terror e suspense infantil, o filme constrói uma trama suficientemente elaborada e compreensível para agradar a grandes e pequenos. Mais importante que isso, transporta em si uma mensagem importante que (a meu ver) serve para alertar tanto pais como filhos!
Moral à parte, o filme confirma as excelências do sistema 3-D, não necessariamente pela frequência de imagens próximas do espectador mas pela qualidade e envolvência que transmite ao mundo de Coraline Jones, tanto do real como o Outro. Facilmente fazemos parte daqueles mundos (mesmo que isso nos custe alguns arrepios na espinha) confirmando que esta tecnologia será (quase) obrigatória num futuro próximo, pelos menos no que diz respeito ao cinema de animação!
Não é certamente aquele filme para crianças de todas as idades que muitos esperariam mas não deixa de ser um filme interessante e cativante para maiores de 6 anos!