“Dupla Sedução (Duplicity)” de Tony Gilroy
Apesar da capacidade de sedução e da qualidade da dupla de protagonistas, ao que se soma o argumentista e realizador do aclamado Michael Clayton, Duplicity estreia entre nós praticamente no anonimato!
Com o início da Primavera, os filmes têm chegado às nossas salas “às dezenas”, não conseguindo captar a atenção necessária/merecida para se impor num mercado ainda a viver dos grandes filmes de 2008 (nomeadamente Slumdog Millionaire e Gran Torino)!
E são muitos os argumentos a favor deste filme! Para além dos já mencionados intervenientes, dever-se-á acrescentar uma dupla de secundários de renome, Paul Giamatti e Tom Wilkinson; uma montagem suficientemente reveladora e desafiante e um argumento imaginativo que conjuga, com a segurança necessária, acção, romance, comédia, e um GRANDE jogo do gato e do rato!
Ray (Clive Owen) e Claire (Julia Roberts) são, respectivamente, operacionais do MI6 e da CIA quando se encontram no terreno pela 1ª vez. Anos depois, os 2 ex-espiões irão engendrar um plano infalível para suportar a vida de luxo que tanto ambicionam.
Recorrendo de todos os seus dotes profissionais, eles irão intervir nos dois lados da barricada de uma visceral disputa industrial entre os CEO de 2 mega-empresas do sector da higiene pessoal, Howard Tully (Wilkinson) e Richard Garsik (Giamatti).
Como responsáveis das respectivas equipas de espionagem, eles terão acesso a informação valiosíssima que, nas mãos certas, valerá milhões! Mas, antes disso, terão de levar a cabo um elaboradíssimo plano…
Inevitavelmente qualquer argumento pode ter as suas lacunas e as suas incoerências mas já deveríamos saber que, principalmente no “mundo da espionagem”, nem tudo corre como estamos habituados! Fora isso convém ter ainda presente que estamos perante um filme de divertimento que não pretende ser nenhuma homenagem a uma profissão tão oculta.
Não se inibam de rir, questionar, adivinhar, serem surpreendidos ou sentirem-se desiludidos. Se o filme conseguir esse leque de emoções em apenas 2h de fita, terá cumprido plenamente a sua função.
Com tanto para ver (mais em quantidade do que em qualidade, deve-se dizer!), corre o risco de passar despercebido nas salas nacionais. Não o merece!
Façam a vossa parte…
… eu já fiz a minha!