“O Wrestler (The Wrestler)” de Darren Aronofsky
Com o vencedor do prémio de Melhor Filme (conquistado nos Independent Spritir Awards), concluímos o nosso mini-percurso pelo cinema independente norte-americano, ou seja, Rachel Getting Married, The Visitor e, agora, The Wrestler.
Com eles termina também a longa jornada pelo grandes filmes do ano. E, correndo o risco de parecer um cliché, o melhor estava realmente guardado para o fim!
… bem, neste caso, “apenas” o Melhor do Cinema Independente!
Abreviando a análise, The Wrestler consegue agrupar a sensibilidade de O Visitante (graças à mestria do realizador Darren Aronofsky) e a explosão de O Casamento de Rachel (neste caso devido ao grande desempenho de Mickey Rourke).
Obrigação maior de um cinema com menores recursos, o filme capta instantaneamente a atenção do público, apresentando-nos uma (ou várias!?) personagem débil, enclausurada em feridas antigas mas, ao mesmo tempo, desejosa de uma redenção final!
Randy “The Ram” Robinson (Rourke) é uma antiga estrela da WWF, cuja carreira se encaminha lentamente para o fim. Longe vão os anos 80, a fama e glória daqueles tempos, e os elevados cachets cobrados pelas suas performances. Ausente, também, a sua família, em especial a sua filha (Evan Rachel Wood) quem ele não visita à vários anos!
O seu único ponto de refúgio é Cassidy (Marisa Tomei), uma stripper do bar local com quem Randy estabelece uma relação peculiar. No entanto, também ela procura um futuro diferente…
Com um emprego monótono num supermercado, a viver numa roulote e perante um estado de saúde precário, Randy procura corrigir os erros do passado. Ainda assim, o wrestling continua a ser a sua vida (mesmo que apenas como hobbie) e no final ele terá que optar…
Ao longo dos últimos meses Rourke dividiu com Sean Penn os prémios de interpretação masculina, graças a um desempenho que parece vir das entranhas e que muitos consideram quase que auto-biográfico dado o “desaparecimento” do actor, depois de uns glorificantes anos 80.
Apesar da difícil comparação (perante estilos, personagens e orçamentos tão distintos) Milk será (talvez) uma personagem mais complexa e discutível, (talvez!) justificando, assim, o Oscar de Penn.
Uma palavra, também, para Darren Aronofsky que com esta obra deixa de lado uma imagem demasiado elitista (Pi, Requiem for a Dream, The Fountain), entrando em força num cinema mais comercial (i.e. acessível a um público mais vasto!).
Finalmente, de louvar a magnífica música que Bruce Springsteen escreveu propositadamente para o filme mas que ficou arredada dos Oscars mesmo perante a sua vitória nos Golden Globes – talvez uma das maiores injustiças do ano da Academia!
O cinema independente (norte-americano) está de PARABÉNS!
Realmente fantástica!!