“The Way We Were” de Sydney Pollack
Há uns anos atrás (vá-se lá saber quantos) assisti ao filme num qualquer looooongoo serão da RTP 2 ou do Canal Hollywood…
A principal memória que me ficou do filme é que tratava-se, indubitavelmente, de uma daquelas obras que nos marcava para a vida.
De lá para cá mantive aquela estranha sensação de desconforto, de quem estava “OBRIGADO” a revê-lo, com maior maturidade e menor sonolência, para o poder apreciar e gravar na memória, em definitivo!
Não é fácil falar de um filme 35 anos (!!!!) depois deste ter estreado. Muita coisa mudou! O cinema é outro, e o Mundo que nos rodeia jamais parará ou voltará atrás. São diferentes as pessoas, os temas, os hábitos, os compromissos e as preocupações.
Mas, no que diz respeito aos sentimentos, as coisas não mudaram assim tanto! Continuamos a querer ser mais e melhores, a sermos 1 em vez de 2, a lutar por aquilo que acreditamos e que conquistámos. Queremos partilhar e impor (na mesma medida) as nossas ideias, as nossas experiências, a nossa visão. Mais que nunca vivemos numa sociedade carente por afecto e sedenta por individualismo. Daí a intemporalidade do filme…
Temática à parte, o filme conta com Barbra Streisand, Robert Redford e o (recentemente falecido) realizador Sidney Pollack! E se nessa altura eles já representavam o que de melhor as respectivas gerações tinham para oferecer, 3 décadas depois continuam a ser referência para os seus pares.
Barbra e Robert eram o casal de sonho para qualquer produtor (o equivalente a Angelina e Brad, sem o casamento e as crianças).
Ela, 5 anos antes, já havia conquistado um Oscar no seu filme de estreia (Funny Girl) e arrebentava nos Top’s com sucesso atrás de sucesso.
Ele, era já a referência de uma geração e estrela de sucesso em (aparentemente) todos os grandes filmes da década de 70.
Quanto à história ela acompanha os reencontros e diferenças de um casal durante vários períodos. Colegas da faculdade, Katie (Streisand) e Hubbell (Redford) não podiam ser mais diferentes. Da fervorosa ideologia de esquerda defendida por ela até ao desinteresse dele perante uma vida em que tudo é fácil demais, passando pela popularidade de um e a ostracização de outra, culminando nos seus diferentes sonhos e projectos.
Porém, algo persiste … atravessando o período pré e pós II Guerra Mundial até aos anos do MaCartismo, o casal vive a sua felicidade ainda que marcada pelo constante confronto de personalidades.
Das 6 nomeações o filme conquistou 2 Oscars. Um pela Banda Sonora e outro pela Canção Original, com o mesmo título do filme. Nada mais justo!
Mesmo sem ter a mínima ideia que quem eram os outros nomeados, esta é uma daquelas músicas (e banda sonora, deva-se dizer) que nos dá arrepios na espinha sempre que a ouvimos, mesmo 35 anos (!!!!) passados desde a sua estreia!
Há dias em que nos sentimos pequenos perante a grandeza do cinema.
Hoje é um desses memoráveis dias!
Barbra Streisand – The Way We Were