“Coração de Tinta (Inkheart)” de Iain Softley
Por definição, ao optarmos por ir ver um filme em detrimento de outro(s), estamos implicitamente a conceber um primeiro juízo de valor sobre a sua qualidade.
Isto serve, também, no sentido oposto, ou seja, um filme que “só” assistimos algumas semanas depois da sua estreia, será, num primeiro momento, tido como uma obra menor.
Não raras vezes estas assumpções verificam-se erradas ou, no mínimo, desajustadas… infelizmente, desta vez, não foi o caso!
Baseado numa série de livros de grande sucesso, sendo Inkheart o seu 1º capítulo, o filme de Iain Softley é umas daquelas obras que deve perder imenso com a sua transposição para a 7ª arte. Com uma premissa corajosa mas não necessariamente original (vem-me à memória de imediato Last Action Hero), a “magia” a que a história obriga, resulta bem melhor na cabeça de cada um de nós, do que na grande tela.
Talvez com uma produção mais arrojada (i.e. com mais $) o filme pudesse assumir-se como uma obra obrigatória. Tal como está, resulta numa simpática aventura que fará furor nas … matinés outonais … numa qualquer TV perto de si!
Mo (Brendan Fraser) possui um dom especial que lhe vale a alcunha de Silvertongue. Ao ler em voz alta as personagens dos seus livros ganham vida e habitam entre nós! Porém, como em todas as histórias, também Inkheart (o livro dentro do filme) tem heróis e vilões, pessoas dúbias e ruins, fenómenos estranhos e temerários.
Juntamente com a sua filha (Eliza Bennett), Mo segue de livraria em livraria procurando o exemplar perdido que lhe permita recuperar a paz que tanto procura.
Por entre montes e vales, castelos e vilas, perigos e revelações os nossos heróis irão percorrer o coração da Europa, contando com a “ajuda” de Dustfinger (Paul Betanny), Elinor Loredan (Helen Mirren) e Farid (Rafi Gavron).
Apesar da modesta prestação do filme um pouco por todo o Mundo, os 1ºs rumores indicam que os restantes livros da série, da autoria da alemã Cornelia Funke, serão, também eles, adaptados para cinema. Havendo, inclusive, cláusulas contratuais que garantem/obrigam a presença dos seus protagonistas.
Por mim restam-me algumas dúvidas quanto à viabilidade destes projectos, especialmente depois das dificuldades encontradas por outros franchises como Narnia ou Eragon.
Quanto a Inkherat, vale pela ideia … e pouco mais!