“Star Trek” de J.J. Abrams
Aos responsáveis dos Cinemas Zon Lusomundo,
POR FAVOR acabem com os intervalos no meio dos filmes. Percebo perfeitamente tratar-se de +1 oportunidade para vender pipocas, refrigerantes ou demais doçarias mas será que essa mesma possibilidade não inibe os espectadores de o fazerem logo à entrada?
Não será, em última instância “a exibição de filmes em condições de excelência”, a vossa obrigação primordial?
Obviamente que os clientes que não apreciem os intervalos podem simplesmente optar por outro multiplex (passará por aí o imenso sucesso do UCI Arrábida 20?) mas tratando-se de uma antestreia nada nos resta que assistir ao filme no local indicado, para o bem … e para o mal!
E tudo isto porquê?
O filme de JJ Abrams que recupera (e reformula) a milenar saga da USS Enterprise, é uma daquelas obras de perder a respiração, mantendo-nos presos à tela de início ao fim, tal o ritmo, a intensidade e o suspense!
E a meio disto tudo, temos um intervalo de 7m … para relaxar?!?
O realizador que fez fama na TV (graças a séries como Alias e Lost), arriscou um pouco (ou muita) da sua reputação ao recuperar a mítica franchise – 5 séries e 10 filmes depois.
E se, por exemplo, George Lucas terá desiludido muitos dos seus fiéis seguidores com a sua 2ª trilogia da Guerra das Estrelas, Abrams parece ter acertado em cheio, agradando tanto aos trekies como aos não seguidores (onde me incluo), revolucionando e revitalizando umas das mais míticas obras de ficção científica made in USA.
E se em termos de efeitos especiais e cinema de acção/aventura a sua tarefa estaria minimamente controlada dada a evolução da tecnológica e o seu historial dentro do género, o grande trunfo do filme reside na forma inteligente e imaginativa como o argumento não renega o historial da série, e ao mesmo tempo, lhe confere a modernidade e os alicerces adequados para construir um “novo mundo”!
Aqui (não querendo revelar em demasia) assume demais preponderância a presença do mítico Leonard Nimoy (Mr. Spock na sua versão original), num registo pleno de simbolismo e relevância para o desenrolar desta (e futuras) história(s) .
Mais do que nunca James T. Kirk (Chris Pine) e Spock (Zachary Quinto) vêm as suas diferenças expostas. O 1º, pleno de raiva e inconsciência, vive em constante rebelião enquanto o 2º, totalmente calculista e sistemático, vive apenas dividido entre as distintas origens dos seus progenitores.
A bordo da USS Enterprise, juntamente com a sua jovem tripulação – Uhura (Zoe Saldana) Leonard McCoy (Karl Urban), Scotty (Simon Pegg), Sulu (John Cho), entre outros – eles irão viver as suas primeiras aventuras, ao mesmo tempo que a sua ”amizade” vai dando os primeiros passos.
Praticamente há um ano atrás Iron Man (The Dark Knight é já outro campeonato, ok?) demonstrava que o cinema de acção e entretenimento, vulgo blockbusters, não se limitava ao encadear de efeitos especiais e actores/actrizes famosos.
Perante uma audiência cada vez mais exigente e dispersa, é necessário algo mais. Ainda que o entretenimento continue a ser a peça fundamental do género, não é menos verdade que os espectadores actuais pretendem ser surpreendidos, comovidos, animados e maravilhados.
Sinceramente não estava à espera de gostar tanto do filme! … especialmente não sendo um grande aficionado das viagens intergaláticas da Enterprise.
Falta saber se, como eu, muitos outros não trekies terão a curiosidade de experimentar este novo projecto. Sem dúvida que os envolvidos o merecem!
THE FUTURE BEGINS!
… e uma nova franchise prepara-se para render milhões!