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“Traidor (Traitor)” de Jeffrey Nachmanoff


A sua modesta estreia nos EUA e a temática demasiado realista parecia ter afastado este Traitor das salas de cinema nacionais. No entanto, após alguns adiamentos o filme contrariou os prognósticos mais pessimistas e estreou mesmo, no final do mês passado, entre nós.

Após os 1ºs minutos facilmente percebemos o porquê de tanta indecisão. Difícil de caracterizar e de vender, o filme destaca-se pela forma (quase) imparcial com que expõe as fraquezas e os argumentos de ambas as partes nesta actualíssima Guerra ao Terrorismo.

Sem nunca apresentar um “verdadeiro” herói, o argumento aposta tudo da ambiguidade da maioria das personagens, mantendo-nos em constante alerta perante a imprevisibilidade das suas acções. Aqui reside, sem sombra de dúvidas, o grande trunfo do filme. E no centro deste remoinho temos um competentíssimo Don Chandler, no papel de Samir Horn, um perito em explosivos que colabora com alguns dos mais procurados terroristas mundiais.

De origem sudanesa e com um registo que o liga às forças especiais norte-americanas, Samir é uma incógnita ao longo de (praticamente) todo o filme. Derivando entre um comportamento fundamentalista e uma postura bem mais defensiva, ele é o epicentro de todas as questões e de todas as respostas.
Entretanto, Roy Clayton (Guy Pearce) agente do FBI que investiga uma possível ameaça terrorista contra os EUA, ira-se cruzar com Samir em locais tão distintos como o Yemen, Marselha (no Sul de França), Chicago ou o Canadá.
A trama vai-se adensando e a ameaça parece ser cada vez mais real. Conscientes onde não disso, todos os intervenientes estão permanentemente em risco.
O desenlace será o esperado?

Uma das principais mais-valias do filme é a forma simples como demonstra as ramificações e o impacto global das crescentes organizações terroristas. Hoje aqui, amanhã acolá, hoje na mesquita, amanhã no McDonald’s, os seus elementos podem estar em qualquer lado, a qualquer momento.
Não querendo ser demasiado alarmista mas esta parece-me ser uma verdade com a qual temos de aprender a lidar. Não que isso signifique que devemos desconfiar de tudo e todos, mas sim, que temos de compreender que estes grupos não podem ser confundidos com meros mártires irracionais.
São bem mais parecidos connosco do que aquilo que queremos (ou nos fazem!) imaginar.

Bem, mas isto não deixa de ser um filme…
será mesmo assim?!?

Curiosamente o argumento nasce de uma ideia do veterano ás da comédia Steve Martin (The Pink Panther). Até os cómicos já têm uma visão tão viril do Mundo?

Sem dúvida um olhar diferente, talvez mais (ou mesmo, demasiado) próximo da realidade!

Site Oficial
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Trailer 2

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