“The Sting” de George Roy Hill
1973
Paragem nº2 nesta viagem no tempo através da obra de Robert Redford.
Neste mesmo ano, Redford partilhava a tela com Barbra Streisand, num filme, nos últimos tempos, incessantemente referido neste blog – The Way We Were. Mas foi outra famosa parceria do criador do Sundance Film Festival, com Paul Newman, que haveria de conquistar por completo os prémios da Academia.
Depois de Butch Cassidy and the Sundance Kid, Newman e Redford voltavam a encontrar-se (curiosamente pela última vez) num filme pleno de engenho e destreza, novamente às ordens de George Roy Hill.
Se antes eles tinham recuado até ao farwest e aos inícios do século XX, desta vez “a máquina do tempo” levava-os até 1936, época da grande depressão e de antecâmara da 2ª Grande Guerra.
Curiosamente aqui começa o 1º grande trunfo deste filme. Não fosse a data inscrita na página do IMDB e facilmente seriamos levados a crer que o filme pertence mesmo àquela época.
São muitos os detalhes que não são deixados ao acaso, começando pelo logótipo inicial da Universal Pictures, idêntico ao utilizado nos anos 30, passando pela apresentação dos protagonistas dos créditos iniciais (ao mesmo tempo que são mostradas algumas imagens do filme) ou pela divisão da história em capítulos devidamente identificados por telas pintadas com ilustrações e letterings típicos daqueles tempos.
Divido em 7 actos (The Players, The Set-Up, The Hook, The Tale, The Wire, The Shut-Out e The Sting) o filme conta a história de 2 vigaristas de escolas bem diferentes mas que se aliam perante um objectivo comum. Se Johnny Hooker (Redford) é um mero larápio de bairro motivado pela vingança após um golpe que não correu da melhor forma, Henry Gondorff (Newman) é um vigarista reformado (e perseguido pelo FBI) que não conseguem dizer que não a um desafio de tamanha dimensão.
Porém, o seu alvo não é nenhuma pêra doce, nada mais, nada menos do que o patrão da máfia de Chicago, Doyle Lonnegan (Robert Shaw), um implacável mas ganancioso gangster que controla a maioria das casas de apostas (ilegais) da zona Este dos EUA.
A fantástica recriação de época (que a nós passa-nos um pouco ao lado dado a distância que temos quer aos anos 70 quer aos anos 30) valeu-lhe desde logo os Oscars de Guarda-Roupa e Direcção Artística, aos quais foram acrescentados os de Montagem e Banda-Sonora (na sua maioria adaptações à obra do pianista de jazz Scott Joplin).
Mas não se ficou por aí, a estes prémios juntou igualmente as estatuetas de Melhor Argumento Original, Realizador e Filme, transformando-se no grande sucesso desse ano e num dos filmes referência da História do Cinema.
Para a posteridade ficará a relação (praticamente de pai-filho) entre Redford e Newman, uma das duplas mais conceituadas e respeitadas do mundo do cinema (dentro e fora da indústria).
É, inequivocamente, com saudade que assistimos a filmes como este…