“ABC da Sedução (The Ugly Truth)” de Robert Luketic

Retomada a normalidade (quer em termos de escrita quer em termos de idas ao cinema!), resta agora definir a ordem a que serão apresentados os filmes já assistidos.
Se por um lado, a cronológica assumiu desde sempre primazia neste blog, também é verdade que, seguindo-se esse critério, haverá o risco de passar o próximo mês (no mínimo!) a comentar os Destaques e As Estreias de cada semana com acentuado atraso, em prejuízo dos nossos caros leitores e da memória de quem vos escreve!

Há falta de um critério consensual, optámos por recuperar em 1º lugar os filmes que mais o merecem (ao mesmo tempo que mantemos as actualidades em dia), deixando os outros filmes veraneantes para 2ªs núpcias.

Comecemos então pelo filme que marcou precisamente o final das férias e o regresso “a casa” (mais precisamente ao nosso estimado UCI Arrábida 20!).

Destaque da Semana durante a 3ª semana do mês de Agosto, The Ugly Truth não trazia consigo (necessariamente) as melhores referências. Após uma performance titubeante nas bilheteiras, parecia claro que Katherine Heigl (Knocked Up, 27 Dresses) e Gerard Butler (300, RocknRolla) seriam os seus principais (senão únicos) atractivos.

Para o mal e para o bem, não foge muito da realidade. O argumento, apesar de partir de uma ideia interessante (a visão masculina e machista do Amor… e do sexo!), perde-se por entre alguns dos tradicionais clichés das comédias românticas, valendo-nos aí, a presença (de espírito) de Heigl e de Butler, ele num registo bem distinto do que nos tem habituado!
Curiosamente a imagem de durão de Butler acaba por ajudar a construir a personagem, caindo-lhe que nem uma luva a atitude de machista pragmático. Já Heigl volta a dar nas vistas, faltando-lhe, no entanto, algum carisma para se poder comparar a outras “namoradinhas da América” como Meg Ryan (de quem recria a famosa cena do restaurante de When Harry Met Sally), Julia Roberts ou Sandra Bullock.

Produtora de sucesso, Abby Richter (Heigl) não está propriamente a atravessar um bom momento (tanto a nível profissional como pessoal), lutando contra o declínio das audiências do seu programa de TV matinal e “contra” uma vida amorosa minada pela procura incessante pelo príncipe encantado! Contra todas as expectativas a ajuda vem do local (ou pessoa) menos provável!
Mike Chadway (Butler) é o apresentador de um programa sensacionalista, The Ugly Truth, recrutado pela administração do canal onde Abby trabalha, para inverter o ciclo negativo das audiências. Após o inevitável choque de convicções e perante o sucesso do segmento de Mike, Abby acaba por permitir que ele lhe ensine alguns dos truques mais básicos das relações homem-mulher, para que ela possa conquistar o atraente vizinho do lado.
No entanto, nestas coisas do Amor, nem tudo corre como previsto…

Curiosamente o filme funciona bem melhor quando Butler assume a sua posição de macho chauvinista incorrigível do que propriamente quando a história segue um rumo mais sério e romântico, altura em que ficam no ar algumas respostas a perguntas importantes.
Ainda assim, Robert Luketic mantém a postura suficiente para não prejudicar o ramalhete apresentado, situando-o ao nível de outras obras suas como 21 ou, o mais sarcástico, Legally Blonde…
… para o mal e para o bem!

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