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“Abraços Desfeitos (Los abrazos rotos)” de Pedro Almodóvar


Pedro Almodóvar era uma daquelas lacunas inexplicáveis da minha experiência cinematográfica. Apesar dos inúmeros sucessos, da fama e do reconhecimento internacional da sua obra, até há 3 dias atrás nunca tinha assistido a um filme seu!

Títulos como Hable con ella, Todo sobre mi madre ou Mujeres al borde de un ataque de nervios, representam, para mim, nada mais do que obras de renome e reconhecida qualidade dirigidas pelo mesmo realizador espanhol, das quais opinião alguma posso formular.
Los abrozos rotos marca, quem sabe, o início de uma convivência bem mais regular. À primeira impressão fica de imediato uma sensibilidade, um cuidado e uma autenticidade apenas encontrada nos grandes cineastas… ocorrendo-me de imediato o nome de Woody Allen, como seu par e modelo (maior).

Novamente às ordens do realizador espanhol encontramos Penélope Cruz, no seu 1º filme depois de conquistado o Oscar de Actriz Secundária (curiosamente num filme de… Woody Allen). Aqui ela assume pleno protagonismo numa personagem deveras complexa e contundente. Junto a ela temos Lluís Homar, actor espanhol que partilha as telas com o teatro e que despontou para as luzes da ribalta em terras de nuestros hermanos, precisamente graças a La mala educación de… Almodóvar!

Cruz representa Lena, uma jovem secretária, aspirante a actriz, que se deixa envolver pelo seu poderoso e influente chefe (José Luis Gómez). Já de caso consumado e a partilhar uma vida a dois ela conhece Mateo Blanco, um fluente realizador que a contrata para protagonista após um casting instintivo.
14 anos depois encontramos Harry Caine, um profícuo argumentista que devido à sua cegueira não enjeita o apoio da sua assistente e do filho desta. Um visitante misterioso irá reavivar algumas histórias do passado e iremos finalmente perceber como Mateo se tornou Harry.

A montagem em flashbacks tem o condão de nos manter permanentemente concentrados de forma a compreendermos todos os passos dos protagonistas, no entanto, acaba, igualmente, por retirar alguma imprevisibilidade à história, em prejuízo do filme como um todo. A única vantagem é que cientes do que se vai passar, acabamos por despender um pouco mais de atenção aos detalhes da realização de Almodóvar.

Talvez Los abrazos rotos não seja o maior/melhor exemplo da obra eloquente de Almodóvar, mas não deixa de ser um belo cartão-de-visita para o seu repertório.
A partir daqui fica bem mais fácil perceber o porquê de tantos elogios!

Não será uma obra-prima mas também não deixará o realizador embaraçado. Será indubitavelmente um óptimo momento de cinema e um filme, no seu cômputo geral, de qualidade inquestionável.

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