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“Chéri” de Stephen Frears


Michelle Pfeiffer.
2 palavras para resumir o filme!

A outra seria Chéri… ou mais propriamente Rupert Friend (o jovem Alberto em The Young Victoria). Mas retornemos à bela cinquentona.
Fazem agora 20 anos desde que Pfeiffer despontou em definitivo para o estrelato com The Fabulous Baker Boys. Na altura a (jovem) actriz norte-americana encantou não só pelo seu talento mas também pelos seus atributos naturais. Nos anos seguintes, a sua fama e prestígio não pararam de crescer até que em inícios deste século optou por um hiato na sua carreira.
O seu regresso fica marcado pelo assumir do passar dos anos, optando por papéis que não escondem a sua idade e que, de certa forma, discutem as “opções” das mulheres mais maduras.

Chéri será o culminar dessa postura. Nunca escondendo as “imperfeições” da idade – e, por vezes, até as exagerando – Pfeiffer dá corpo e alma a Léa de Lonval, uma madura cortesã dos inícios de séc. XX, por quem os melhores dias já passaram mas que parece recuperar prazeres de outrora, graças ao muito jovem Chéri (Friend).
A relação de tutora-afilhado dura bem mais do que o que seria supor e quando finalmente chega o dia de cada um seguir o seu rumo, as mazelas são (talvez) demasiado profundas…

Ainda antes dos Irmãos Baker, o realizador Stephen Frears (The Queen) e o argumentista Christopher Hampton tinham trabalhado com Pfeiffer em Ligações Perigosas – filme que lhe valeu a sua 1ª nomeação aos Oscars.
O regresso ao convívio de tão distintos colegas parece irremediavelmente ter trazido ao de cima o melhor da actriz, num desempenho contido mas profundíssimo, revelando um talento inquestionável e uma longevidade (ainda será cedo para palavra tão pesado mas 20 anos …são 20 anos!) imaculada.

O único senão é que o filme, em si, não é uma obra por aí além!
À parte da sua relativa curta duração (90m), o filme denota dificuldades notórias em explodir e arrebatar o espectador, preferindo manter-se em lume brando enquanto Pfeiffer espalha o seu talento a cada momento.
Para além disso, as tão propaladas cenas mais picantes entre Michelle e Rupert não chegam sequer a embaraçar nem a mais inocente donzela, mantendo a temperatura morna.

Em suma, fantástico desempenho sobre o envelhecer e o(s) amor(es) perdido(s) num filme que tinha tudo para revitalizar o cinema de época (juntamente com Coco Avant Chanel, The Young Victoria, …) e auxiliar Pfeiffer para os prémios da temporada.
Assim será, (bem) mais difícil!

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