“A Verdade e o Medo (Beyond a Reasonable Doubt)” de Peter Hyams
Algo me dizia que deveria ir ver outro filme!
Mas como aprendi que “a cavalo dado não se olha o dente”, toca a baixar a cabecinha e a levantar o convite para a antestreia!
Passo a explicar.
O filme não passou de uma estreia limitada nos EUA, apesar de ter sido produzido com dinheiro local. O filme conta no elenco com uma estrela de renome internacional (o veterano Michael Douglas) e mesmo assim não despertou o mínimo interesse da crítica, do público ou dos media. O filme é realizado por Peter Haymes, responsável entre outros por End of Days (com Schwarzenegger), A Sound of Thunder (tremendo fracasso de bilheteiras) e 2010 (a duvidosa sequela de 2001: A Space Odyssey).
Foram muitos os detalhes (e outros não tão pequenos) que saltaram à vista como sinais evidentes da fraca qualidade do filme. Se a imagem, som e diálogos faziam facilmente lembrar um qualquer filme de série B (ou mesmo, um telefilme de recursos limitados), o argumento e os desempenhos dos protagonistas não lembram mesmo a ninguém! Motivações dúbias, construção de personagens no mínimo negligente, tiques constantes em actores, no máximo, esforçados e um Michael Douglas de trazer por casa, sem o mínimo de chama, alma ou recursos!
Despachando o assunto, digamos que Douglas desempenham o papel de um ambíguo advogado do Ministério Público, potencial candidato ao cargo de Governador, que é alvo da desconfiança de um expedito jornalista de investigação (Jesse Metcalfe).
Para provar a sua teoria ela engendra um “plano” que o colocará em risco e que arrastará todos os que estão à sua volta!
Ainda assim, seria injusto negar as valências do filme. Mesmo perante o mais elementar dos argumentos, o mais insosso dos desempenhos e a mais preguiçosa realização, o filme acaba por ter um princípio, um meio e um fim (ainda que por “fim” deva-se entender unicamente como um final e nunca como um objectivo!).
É este o único aspecto que justifica a ausência de assobios no final da sessão e daquela sempre desconfortável sensação de quem se sente enganado pelo produto.
Quanto a mim, fui vê-lo de graça.
Há dias com sorte, não?!