“Nick and Norah’s Infinite Playlist” de Peter Sollett
Aqui há uns dias tive o prazer de assistir (no conforto do lar) a esta simpática comédia romântica que por opção das distribuidoras nacionais não mereceu honras de estreia nas nossas salas de cinema (não, não me vou alongar em reclamações/sugestões!).
Mas, perguntam vocês afinal o que é que o filme tem assim de especial?
Bem, no início o que me chamou a atenção foi a presença de Michael Cera (Juno, Superbad). O jovem actor norte-americano (apenas 21 anos de idade) vem cimentando uma carreira improvável, demonstrando que para lá da sua imagem goffy existe um verdadeiro talento.
É verdade que as suas personagens são todas (para já) um pouco idênticas mas parece que nunca nos cansamos de o ver representar. Cera faz-nos pensar que qualquer um pode ser actor… se até ele o é!
Para além dele temos ainda New York, a mítica cidade que nunca dorme e que se transforma praticamente numa personagem dentro do filme e, finalmente, a constante presença da Música, formando um sólido conjunto de ingredientes mais que suficientes para investir o meu tempo!
E não se pode dizer que esse tempo possa ser dado como perdido!
Apesar da sua modéstia, o filme consegue encantar-nos durante a larga maioria do tempo, guiando-nos pelas ruas de New York em busca de algo distinto que não, necessariamente, os Where’s Fluffy ? (depois explico!). Percorremos a cidade na procura de sensações novas, de imagens originais, de situações invulgares. Ainda que o que queremos realmente descobrir é a motivação, o rumo dos adolescentes dos nossos dias…
Nick (Cera) tem o coração destroçado depois da sua namorada, Tris (Alexis Dziena), o deixar sem aparente motivo. Para minimizar a sua dor ele compila colectâneas de músicas apaixonantes (ainda que meio alternativas) que grava em CD’s e oferece timidamente a Tris.
A rotina apenas será quebrada quando os amigos (gays) de Nick o convencem para uma noitada em busca da mítica banda Where’s Fluffy ? Em busca porque a banda de nome sugestivo apenas anuncia o local dos seus concertos no próprio dia/noite através de misteriosas pistas, muitas delas falsas!
Durante a sua demanda Nick irá deparar-se com Norah (Kat Dennings), uma amiga de Tris que, ao contrário desta, sempre apreciou as compilações criadas por si.
Entre os dois…
Percebe-se que o filme não será facilmente vendível!
Uma comédia ligeira, para adolescentes, com uma banda-sonora proeminente, no entanto, algo bizarra, com umas pitadas de romance inocente e uma cidade que lhe serve de enquadramento.
A momentos fez-me lembrar New Tork, I Love… numa versão para menores de 21!
E isto é o maior elogio que se lhe poderia fazer!