“Amar… É Complicado (It’s Complicated)” de Nancy Meyers

Comentados os últimos Destaques da Semana, regressemos agora à nossa habitual cronologia de acontecimentos!

Poucas horas após a Passagem de Ano (e mesmo de férias numa cidade tão mítica como Paris), lá arranjamos maneira de dar um pulo à sala de cinema mais próxima para assistir a um bom filme Americano. Não que fosse uma imposição em terras francófonas porém, sem as nossas imprescindíveis legendas, seria um desafio quase inglório tentar assistir a um filme falado na língua local…
E, agora sim, uma estreia absoluta… lá conseguimos arranjar uns bilhetes de graça! Só mesmo connosco!

As opções não eram muitas uma vez que Avatar concentrava praticamente a totalidade das atenções e porque, mesmo no centro da cidade-luz, não é fácil encontrar uma sala de cinema em que os filmes estrangeiros não sejam dobrados!
Demos sorte (como dizem os brasileiros) e deparámo-nos com Pas Si Simple! Alec Baldwin, Steve Martin e a eterna Meryl Streep! Passo a explicar!…
Estávamos perante It’s Complicated (em português, Amar… É Complicado), comédia norte-americana que valeu a Streep uma das 2 nomeações para Melhor Actriz de Comédia/Musical nos Golden Globes deste ano.

E tal como acontece com a outra nomeação (Julia & Julie), o filme vale quase em exclusivo pela prestação da Maior Actriz de Todos os Tempos!

Meryl Streep enche a tela do 1º ao último minuto, ainda que desta vez estejamos perante um filme bem mais equilibrado e conseguido! Claro que a isso não será alheio a presença de 2 pesos pesados de Hollywood (não Sr. Baldwin, não se trata de nenhuma piada inocente!) que conferem à actriz de New Jersey o contraponto necessário para um filme agradável, no entanto, aquém de poder ser considerado brilhante…

Encontramos Jane (Streep) e Jake (Baldwin) na típica situação de divorciados de meia idade. Ela ainda a ultrapassar o divorcio, ele nos braços de uma qualquer ninfeta (Lake Bell)!

Bem mas aqui terminam os déjà-vu‘s!
Ao contrário do que seria suposto a vida de Jake não é assim tão entusiasmante e, num fim-de-semana em família, acaba por ser reencontrar com a sua ex-mulher…
A partir daqui estamos entregues à imaginação e mestria da mais conceituada realizadora de comédias-românticas (para adultos), Nancy Meyers, arriscando aqui e ali numa ou outra inovação e surpresa.

O principal senão será mesmo o desaproveitamento do magnífico John Krasinski, um actor acima da média, mas que aqui se limita a um ou outro à parte bem-humorado, não fazendo jus (de maneira alguma!) a todo o seu talento!

Inequivocamente que Meyers tem bem estabelecidos os seus objectivos e o rumo a seguir, não se desviando nem por um momento desse projecto.
No entanto, para nós, fica a ideia que um pouco mais de ousadia e de descaramento teria favorecido bastante o filme, ainda para mais depois de uma ideia inicial com tão grande potencial!
Em termos globais será sem dúvida uma das melhores comédias made in USA do passado ano, demonstrando pela inésima vez que a comédia está longe de ser um género menor do cinema e que actores tão consagrados como aqueles aqui presentes, podem e devem dar o seu contributo para um pouco mais de bom-humor e alegria em todos nós!

Não será vintage mas é quase Porto!

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