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“Nove (Nine)” de Rob Marshall


Com Chicago, Rob Marshall passou do (relativo) anonimato para as luzes da ribalta da 7ª arte! É verdade que, em minha opinião, o filme nem era lá grande coisa (quanto mais merecedor do Oscar de Melhor Filme!) porém, os 6 Oscars amealhados – e as 13 nomeações no total – deram ao filme e, especialmente, ao seu realizador a exposição necessária e esperada para o lançamento de uma carreira prometedora.

Depois do competente Memoirs of a Geisha (projecto que esteve vários anos nas mãos de Steven Spielberg), Marshall regressa aos musicais com a adaptação ao cinema de mais um grande sucesso da Broadway.

Nine, baseado, por sua vez, no imortal filme de Fellini 8 1/2, acompanha as desventuras amorosas e profissionais de um famoso realizador italiano quando confrontado perante um dramático bloqueio artístico, dias antes do início da rodagem do seu próximo filme.

Contando com um elenco de luxo, Daniel Day-Lewis, Sophia Loren, Marion Cotillard, Penélope Cruz, Nicole Kidman, Judi Dench, Kate Hudson e Fergie, Marshall limita-se a coreografar o momento e o número de cada uma das suas estrelas “em palco”, notando-se, em demasia, a ausência de um fio condutor, de um veículo, que ajude a consolidar e uniformizar as diferentes actuações…

Ao longo de diversos números musicais vamos assistindo ao desfilar das várias mulheres que marca(ra)m a vida de Guido (Day-Lewis). A sua mãe (Loren), a sua mulher e confidente (Cotillard), a sua amante (Cruz), a sua musa e estrela (Kidman), a sua assistente e guia espiritual (Dench), a jornalista e nova pretendente (Hudson) e a sua Deusa de infância (Fergie).

A cada música vamos desvendando um pouco melhor dos problemas e indecisões em redor da vida do realizador italiano, encurralado entre a “obrigatoriedade” de produzir um novo sucesso e a vertiginosa decadência da sua vida familiar!

Recheado de momentos brilhantes, de onde se destacam as performances (musicais) de Hudson, Cruz e Fergie (o meu momento preferido!), o filme perde bastante ao não conseguir desligar -se da estrutura teatral e fractual resultante da sua origem Broadwayana.
Não fosse esse pequeno/grande detalhe e estariamos seguramente perante um dos grandes filmes no ano.

Tal como está, vale pelas partes (cuja soma ultrapassa, em muito, o todo).
É uma pena!

… com um pouco mais de talento, poderíamos estar perante uma obra há altura de Moulin Rouge – (apenas) o filme que fez regressar os musicais para as luzes da ribalta, depois destes terem sido, durante vários anos, considerados como causas perdidas!

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