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“Estão Todos Bem (Everybody’s Fine)” de Kirk Jones


Robert de Niro não sabe apenas fazer de mafioso (mesmo que a brincar como em Analyse This).
Com um desempenho que a momentos faz lembrar Schmidt (Jack Nicholson às ordens de Alexander Payne), o veterano actor norte-americano volta a demonstrar que um grande artista está preparado para qualquer género, número ou grau!

A maior diferença é que enquanto About Schmidt centrava-se, quase em exclusivo, nos devaneios da 3ª idade (incrivelmente bem interpretados por um fabuloso Jack), Everybody’s Fine carrega consigo uma mensagem que vai muito para além do envelhecimento ou da solidão de Frank Goode (DeNiro).

Através de uma peculiar road trip, acompanhamos Frank enquanto este tenta reestabelecer ligação com os seus 4 filhos espalhados um pouco por todo o país.
De Nova York até Chicago, de Denver até Las Vegas, Frank tentará surpreender com a sua inesperada visita os seus 4 filhos David (Austin Lysy), Amy (Kate Beckinsale), Robert (Sam Rockwell) e Rosie (Drew Barrymore).
O problema é que era a falecida esposa de Frank quem mantinha o contacto com os filhos. E estes, habituados a outro tipo de relacionamento com o seu pai, irão estranhar a sua presença.

Numa América (e num Mundo, pode-se dizer!) em que as relações pessoais são cada vez mais escassas e distantes, um pai tenta recuperar um pouco do tempo perdido e desse hiato que o separa dos filhos antes que seja tarde demais!
Sem dúvida um filme que (na pior das hipóteses) nos fará reflectir um pouco sobre o ritmo e as opções que vida que assumimos no nosso dia-a-dia e que, pouco a pouco, vêm nos afastando uns dos outros.

Acima de tudo, o grande segredo de Kirk Jones terá sido o de negar-se a responsabilizar somente um dos lados, chamando todos à razão e colocando o dedo indescriminadamente na ferida!
Para tal muito lhe valeu o irrepreensível desempenho de Robert de Niro, um mestre da representação, que não olhou a meios ou vaidades para expor todas as limitações ou constrangimentos de alguém que (também) não pode fugir ao passar dos anos.

Se o cinema serve para nos entreter ou para alertar-nos perante diferentes realidades, deverá igualmente servir para nos obrigar a “olhar para o umbigo” e ver-nos a nós próprios.

Numa semana recheda de estreias sonantes, talvez seja esta pequena obra aquela que mais nos… ensinou.

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Trailer

Mais uma grande música!

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