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“Lembra-te de Mim (Remember Me)” de Allen Coulter


É um daqueles filmes sobre o qual é difícil de falar!

Não pela falta de qualidade ou coerência mas simplesmente porque ao falar dele corremos o risco de desprovi-lo de qualquer impacto ou significado.

Esqueçam qualquer tentativa de colagem a comédia romântica ou ao aproveitamento da imagem glamorosa de Robert Pattinson junto das adolescentes por esse mundo fora.

É óbvio que numa sala com mais de meia centena de espectadoras serão inevitáveis os suspiros e os gritinhos a cada grande plano ou a cada gesto mais irreverente porém, nem elas sabem ao que vão… e quando de lá saírem ficarão, pelo menos, a conhecer um pouco melhor o mundo que as rodeia e, quem sabe, a si mesmas!

Mas este não é um mero filme para adolescentes (do sexo feminino)!
É uma obra que arrisca ao explorar sentimentos tão delicados como a perda, o ressentimento, a dor e a redenção, mascarando-os com uma bela história de amor.
O único senão, será a infeliz tendência do cinema norte-americano em explorar alguns dos estereótipos mais redundantes do romance juvenil… mas há que cativar o público-alvo, não é?!?

Desde cedo ficamos a conhecer Tyler (Pattinson) um jovem emancipado, filho de pais separados e endinheirados, que se arrasta pela faculdade ainda que possua um vasto conhecimento e inúmeras apetências.
Deparamo-nos igualmente com Ally (Emilie de Ravin), uma jovem traumatizada pela perda da sua mãe, que vive sob a asa protectora do seu pai (Chris Cooper).
Um acaso (será que há mesmo acasos ou estará tudo predestinado?!) irá juntar estas duas almas… mas o filme irá muito além deste ternurento romance. A dor, o ressentimento e a redenção serão invariavelmente omnipresentes.

Após uma longa carreira na TV, Allen Coulter tenta deixar a sua marca também na 7ª arte. Na sua 1ª experiência, Hollywoodland, o realizador dividiu audiências e deixou-me deveras confuso quanto à grandeza da sua obra, num filme com inúmeros altos e baixos que “obrigou-me” a deixar em aberto a minha apreciação quantitativa.

Desta vez, muito embora as opiniões continuem divergentes, a mim não me restam dúvidas que estamos perante um cineasta competente e corajoso.
Pese embora o fraco desempenho do filme nas bilheteiras (tanto dos EUA como em Portugal), quer-me parecer que tal de deve muito mais à imagem que o filme transparece ao primeiro impacto, do que propriamente um resulto directo da sua qualidade.

Esperemos que o boca-a-boca possa agora fazer o seu trabalho e que mais pessoas possam sentir aquilo que o filme pretende transmitir.

Eu Senti!

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