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“Kiss & Kill – Beijos & Balas (Killers)” de Robert Luketic


Aos poucos as comédias românticas vão-se transformando em comédias (românticas) de acção no intuito de cativar o público masculino para um género diferente, ao mesmo tempo que se comprova a crescente preocupação (ou direi, interesse?) de Hollywood pelo sexo feminino.

Com isto as mulheres de serviço pegam em armas e desatam aos pontapés… com o mesmo jeito e o mesmo estilo de que qualquer um de nós (homens) seria capaz de lavar a louça ou aspirar a casa.
Assim, acabam por não agradar nem gregos nem a troianos (veja-se, também, o caso de Knight & Day) e ficamos todos desgostosos com o resultado final.

É que momentos entusiasmantes e verosímeis são interligados por uma panóplia de disparates e buracos no argumento que não lembram a ninguém.

Aquela estratégia de fazer rir e corar a todos para esconder as próprias incompetências não é mais aceite numa indústria em constante mutação e competição. Para mais as redes sociais e a internet, em geral, cá estão para deixar a nu estes projectos cambaleantes.

Ora vejamos.
Katherine Heigl e Ashton Kutcher duas caras larocas envoltas num pacote em bom estado chegaram há pouco à casa dos trinta e encadeia projecto atrás de projecto. Apesar de percursos distintos (ela na TV, ele na paródia), ambos têm consolidado a sua posição como referências para um público adulto-juvenil.
Pela enésima vez ela faz de loira desajeitada e ele de bobão com charme. A diferença é o à-vontade de um e outro com… armas automáticas!

Entre muito romance e uma pitada de aborrecimento, Spencer e Jen (Kutcher e Heigl, respectivamente), vão reavivar a chama da sua paixão graças a um improvável grupo de assassinos “profissionais” que tentam a todo o custo tirar-lhes a vida. É que antes de Spencer conhecer, apaixonar-se, casar e viver com Jen ele era… um assassino profissional!
Claro que para ter alguma piada a história acaba por enrolar, enrolar e enrolar mais um pouco até se resolver… com três murraças alguns tiros certeiro!

A questão não é tanto a improbabilidade das situações nem tão pouco o desenlace desinspirado, o problema começa quando se quer transformar todos e qualquer um em espiões internacionais e “rambos” de trazer por casa!

A mistura de géneros (cinematográficos) acaba por resultar numa confusa miscelânea onde o desígnio único de entreter a audiência nem é razão suficiente para tudo.
Queremos (espero eu!) que nos obriguem a pensar um pouco, que nos surpreendam ainda mais e que não finjam ser aquilo que não são…

Por fim, o meu (modesto) conselho a ambos os protagonistas – especialmente para a querida Heigl – “não estará na hora de arranjar um agente que vos consiga outro tipo de papéis?”

É que, mesmo com o chocolate, tudo em demasia acaba, ao fim de algum tempo, por saber a… NADA!
Arrisquem… na pior das hipóteses, se correr mal, tenho a certeza que estará outro argumento “muito fofinho” à vossa espera!

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