“Jantar de Idiotas (Dinner for Schmucks)” de Jay Roach
Filme de enorme sucesso em França, em finais da década de 90, Le diner de cons é agora adaptado à cultura norte-americana pela mão de Jay Roach, realizador que ganhou fama graças aos franchises Austin Powers e Meet the Parents.
Ora este Dinner for Schumucks será precisamente um meio termo entre estes ensaios distintos em torno da comédia made in USA.
Por um lado a loucura descontrolada de Austin – evidenciada na peculiar personagem construída por Steve Carell – por outro, a insensatez e o infortúnio de Focker – espelhado e escarrado na cara de Paul Rudd.
Dito isto é fácil perceber que o filme vive, (quase) em exclusivo, da cumplicidade evidenciada pelos seus 2 protagonistas!
Equilibrando-se entre a idiotice de um e o desespero do outro, o filme vai encadeando situações indescritíveis que apenas a muito custo ganham coerência entre si.
No entanto, em abono da verdade, pode-se argumentar que depois de visionado o trailer e lido a premissa que enquadra o enredo… ninguém esperaria outra coisa!
História à parte, o filme consegue-nos arrancar sonoras gargalhadas com enorme frequência, mesmo que na maioria das vezes nos sentamos constrangidos por achar piada a um humor tão corrosivo e sádico.
Ora, como é sabido dos seus seguidores, Steve Carell (The 40 Year Old Virgin, Get Smart) é fantástico a fazer de coitadinho e de idiota. Mesmo questionando pontualmente os seus gags é difícil ficar-lhe indiferente, reagindo, no pior dos casos, com um comprometedor sorriso.
Já Rudd segue outra linha. Habituado a um humor mais inocente e emocional, o contraste com a presença mais física de Carell acaba por funcionar em ser favor, dando a impressão (um pouco idiota, não?) de se tratar de um actor com outros pergaminhos
Puro engano!
Tratam-se, de facto, de dois grandes idiotas a fazerem papel de… idiotas!
Rudd é um jovem executivo cuja ambição irá fazer com que seja convidado para jantar pelo seu chefe. Porém, não é um jantar qualquer. Os convidados estão incumbidos de se fazerem acompanhar por uma personagem com algum atributo especial.
E ainda que relutante a início, Tim (Rudd) não se conseguirá conter depois de conhecer Barry (Carell), uma personagem… INACREDITÁVEL!
Não esperem nenhuma obra-prima, nem tão pouco, um filme minimamente sério ou coerente. No entanto, se o que pretendem é extravasar um pouco das loucuras do dia-a-dia e reconhecem no riso um óptimo remédio, não hesitem!
É para doidos mas também vindo deste grupo de doidos (e idiotas)… outra coisa não seria de esperar.
Bem hajam!