“A Rede Social (The Social Network)” de David Fincher

Se7en, Fight Club, Zodiac, The Curious Case of Benjamin Button… parece ser consensual que David Fincher não sabe fazer filmes maus… antes pelo contrário!

E se os anteriores filmes (sobretudo Se7en e Fight Club) marcaram uma geração sobretudo pela forma poética como retratavam a violência “gratuita”, este The Social Network é um marco para a “geração XXI”.

Reflexo dos nossos dias, o filme imortaliza, desde já, um dos grandes fenómenos deste início de século, numa obra que reflecte, como nenhuma outra, a actual sociedade fortemente individualista, porém, ávida de contactos pessoais (mesmo que de forma virtual ou digital).

Dito isto, a criação do Facebook e a dissecação dos seus primórdios, através do olhar e da mente do seu criador, o super-dotado geek Mark Zuckerberg, parece ser apenas uma mera desculpa para uma análise crítica e voraz aos comportamentos dos jovens dos nossos dias.

Não será cedo demais (meros 5 anos) para julgar o impacto de tal ferramenta na sociedade actual e para avaliar as repercussões das acções dos intervenientes? Bem sei que Zuckberg é o mais jovem bilionário de sempre mas não deverá ser o tempo a julgar os seus actos?
Viveremos mesmo numa sociedade em que a imortalidade pode ser obtida nos famosos 15 minutos de fama… e logo no dia seguinte?

Acostumado a trabalhar com actores de talento inquestionável (saltando desde logo a vista Brad Pitt, entre muitos outros), Fincher viu-se agora perante a necessidade de recrutar jovens promessas do cinema norte-americano para reencarnar os adolescentes que ajudaram a moldar o mundo dos nossos dias.

Jesse Eisenberg (Adventureland) rapidamente passará de total desconhecido a jovem hiperactivo, introvertido e desbocado (à imagem da sua personagem), Andrew Garfield (o próximo homem-aranha) dá nas vistas não só pelo seu tamanho mas também pela energia que transmite ao filme e Justin Timberlake… bem o rapaz sempre pode continuar a cantar!

Para os mais maduros, para quem o Facebook e demais redes sociais são uma linguagem estranha, talvez seja complicado percepcionar em pleno a dimensão dos acontecimentos retratados no filme.
No entanto, para aqueles que facilmente se identificam com o quotidiano destes jovens, tratar-se-á impreterivelmente de uma obra basilar do século XXI e, muito provavelmente, uma das grandes referências do cinema (social) dos nossos dias.

David Fincher confirma (se dúvidas houvesse) que é um cinesta todo-o-terreno… e dos bons!

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Teaser
Trailer

Before the darkness there was light…