“Imparável (Unstoppable)” de Tony Scott
Tony Scott e Denzel Washington de regresso a mais uma parceria (a 5ª!), desta vez com Chris Pine como side-kick.
Senhores de carreiras invejáveis, tem sido recorrente, nos últimos anos, o reencontro entre Scott e Denzel, sempre em filmes explosivos e intensos que tiram o máximo partidos das mais prementes características de ambos.
Quanto a Chris Pine, algo me diz que o rapaz, apesar do seu talento (que não interessa aqui julgar!), aparece no filme apenas para agradar à falange feminina que pouco a pouco tem “invadido” as salas de cinema… mesmo em filmes mas “musculados”!
Inspirado em factos verídicos (ainda que ao de leve, como o próprio faz questão de mencionar logo no início!), o filme coloca-nos, quase de imediato, a bordo de um comboio… sem condutor!
Durante 1h30 acompanhamos as idiotices e os heroísmos de meia dúzia de personagens bem intencionadas (e com o seu quê de credíveis), que tentam, a todo o custo, parar um comboio que “disparou” por entre os carris, numa pataca região do interior norte-americano.
Frank (Denzel) e Will (Pine) tem a sua agenda pessoal, repleta de conflitos e peculiaridades que fazem deles o comum dos cidadãos mas uma situação anormal fará com que eles tenham de juntar esforços para tentar prevenir um acidente com consequências imprevisíveis.
Pelo meio terão ainda de lidar com as suas diferenças que no entanto serão incomparavelmente inferiores ao problema com que se deparam!
Tony Scott tem demonstrado, vezes sem conta, a sua habilidade para imprimir um ritmo e uma intensidade frenética aos seus filmes, captando em poucos segundos a atenção do mais incauto dos espectadores… infelizmente, Unstoppable não será o seu mais conseguido exemplo.
O filme tem todos os ingredientes que a dupla nos tem acostumado porém, fica a sensação que falta algo que lhe dê consistência. Ter um comboio desgovernado como agente único da nossa atenção acaba por retirar um pouco da imprevisibilidade e da criatividade da história.
A tensão é enorme, a expectativa imensa mas tudo se resume a uma pequena locomotiva que carrega atrás de si uns quantos vagões e, acima de tudo, a preocupação de uma companhia ferroviária sem um verdadeiro plano de acção.
Não deixa de ser um óptimo entretenimento, pleno de cenas de cortar a respiração bem enquadradas e naturais, no entanto fica no ar a sensação que o filme não é tão expedito… quanto a locomotiva desgovernada!
É bonzinnho… e nada mais!