“Entrelaçados (Tangled)” de Nathan Greno e Byron Howard
Confesso que depois de The Princess and the Frog, as minhas reservas face ao cinema de animação vindo dos Grandes Estúdios Disney eram mais que muitas! Foi, portanto, com alguma (senão muita!) desconfiança que me aventurei nesta odisseia…
Para mais, Rapunzel não seria propriamente uma história inovadora e o 3-D já provou que nunca funcionará como atestado de qualidade a um qualquer filme (longe disso!).
Bem, puro engano! Contra as minhas mais pessimistas expectativas, o filme é um regalo para os olhos e mente de todos os que tiverem a coragem e a inocência de se deixarem levar por um belo conto de fadas.
Mas desenganem-se aqueles que julgam tratar-se de um filme apenas para miúdas e corações moles. Para além de distorcer a milenar história dos irmãos Grimm, dando-lhe um ar mais actual e jovial, o filme reinventa de forma inspirada a relação de forças entre a donzela em apuros e o jovem cavalheiro!
Rapidamente encontramos Rapunzel “presa” na sua torre e ocupando-se dos seus afazeres domésticos… e dos seus longos e esbeltos cabelos louros.
Bem perto dali, Flynn Rider entretém-se a fugir da guarda real e dos seus compinchas, depois de mais um roubo bem sucedido.
O acaso levá-lo-à ao encontro da bela donzela, porém esta não será tão indefesa como seria de esperar…
Para além da solidez das duas personagens principais, um dos atractivos do filme reside na espiritualidade (e sentido cómico) dos dois fiéis escudeiros de ambos. De um lado, Pascal um simpático e audaz camaleão que ajuda a perceber o humor e o estado de espírito de Rapunzel e, de outro lado, Maximus, um imponente e perspicaz cavalo da guarda real que não será propriamente o melhor amigo de Flynn mas com quem este estabelece uma intensa relação.
Mas nem só da história vive o filme, também o aspecto visual não é de forma alguma descorado. O 3-D funciona em pleno – quer como intensificador da acção, quer como ferramenta narrativa – dando uma alegria e um encanto extra ao filme, enquanto que a harmonia entre cenários, personagens e coreografias é maravilhosa, dando um colorido e uma alegria invejável a filme.
Relativamente à música, fica a dúvida quanto à sua qualidade!
Pois é, apesar das previsíveis nomeações e prémios que estas poderão obter nos prémios que se aproximam, a opção em Portugal passou pela estreia do filme apenas da versão portuguesa, com a bela voz da competentíssima Anabela mas sem o prazer de ouvir as músicas (e o filme!) nas sua versão original.
Não terá a irreverência de um Shrek nem, tão pouco, a complexidade emocional de um Toy Story mas não deixa de ser um belo exemplar daquilo que o cinema (e a Disney) pode fazer por todos nós!
Em suma, trata-se, decididamente, do Filme de Natal (da pequenada), este ano!
E merecia o título de Destaque da Semana!
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