“Megamind” de Tom McGrath
É longa a lista de “coincidências” no mundo da animação!
Tivemos os insectos em AntZ e A Bug’s Life, a vida selvagem em Madagascar e Wild, o fundo do mar em Finding Nemo e A Shark’s Tale e, agora, Despicable Me e este Megamind, em dois filmes que vivem da “bondade” do seu vilão!
Quer-me parecer que espionagem industrial é coisa corrente… lá pelos lados de Hollywood!
Comparações à parte, Megamind está praticamente nos antípodas de Gru (o “vilão” de Despicable Me). O super-vilão da Dreamworks é azul, tem super-poderes e um ajudante chamado Minion (espera lá mas os ajudantes de Gru não se chamavam-se minions… deve ser coincidência!).
Bem mas a maior diferença é que em Megamind temos o eterno duelo entre super-herói e super-vilão, em torno de uma cidade que vive e rejubila com a essa dualidade. Bem, mas isto é apenas o início…
Preste a ver o seu mundo comido por um imenso Buraco Negro os pais de um simpático bebé azul colocam-no numa minúscula nave espacial e enviam-no para o espaço em busca de outro mundo. Porém, no planeta ao lado, outro bebé é enviado também para o espaço.
O destino fará com que ambos aterrem na Terra para serem “educados” em ambientes bem distintos, daí nasce, desde logo, uma terrível e peculiar rivalidade.
Alguns anos depois encontramos Megamind (voz de Will Farrell) e Metro Man (voz de Brad Pitt) em mais um das seus muitos duelos mortais…
Mas o que aconteceria se o vilão…
Conhecendo um pouco do universo da Dreamworks já dará para ver onde isto vai parar, não?
Ora aqui reside o principal trunfo e fraqueza do filme.
Se por um lado, o tom mais sarcástico e contra-corrente da Dreamworks transporta o cinema de animação para outros universos e para uma outra complexidade, esses contornos menos lineares fazem com que a pequenada tenha mais dificuldade em acompanhar o desenrolar da história!
É verdade que perceber desde pequenino que as aparências iludem e que por detrás de uma máscara poderá estar um ser “diferente”, apenas desperta nas crianças uma curiosidade e um raciocínio bem mais activos. Porém, essa exigência poderá fazer com que o público (alvo) não “ande de mãos dadas” com o filme, desligando-se do mesmo e julgando-o demasiado baralhado entediado.
Com isto resulta numa obra mais séria e evoluída pela gáudio dos mais crescidos e para desespero dos mais novitos (pelos menos lá de casa!).
Não será certamente “O Filme de Natal” deste ano mas não deixa de ser uma óptima alternativa para aqueles que dispensam mais uma história de príncipes e princesas!
O cinema de animação está vivo e recomenda-se… mesmo que haja por aí outros exemplos mais completos!
Heróis (e Vilões)!