“O Preço da Traição (Chloe)” de Atom Egoyan
“Conheci” Atom Egoyan em 2006 com Where the Tuth Lies (obra intensa e explícita que conta com Kevin Bacon, Colin Firth e Alison Lohman).
Desde logo ficou claro que o realizador canadiano (de origem egípcia) não tinha receio em expor a sexualidade das suas personagens em prol de um cinema mais maduro – um pouco em linha com a produção originária no velho continente.
Desta vez, Atom Egoyan cria um novo triângulo amoroso composto por dois actores de craveira internacional, nomeadamente Liam Neeson e Julianne Moore, e uma jovem de muito talento, Amanda Seyfried, apostando em absoluto numa intensa teia de adultério e insegurança.
Quando Catherine (Moore) começa a desconfiar que o seu marido (Neeson) poderá estar envolvido numa relação extra-conjugal, o ciúme e a insegurança levarão-na a contratar os serviços da jovem e sedutora Chloe (Seyfried), uma acompanhante de luxo que Catherine observa esporadicamente do alto do seu consultório, para que ela se insinue perante o charmoso e simpático professor de música.
A “investigação” irá trazer os seus frutos, porém Catherine terá que lidar com outros sentimentos e dilemas que se estendem ao seu filho e à sua própria intimidade…
Contrariamente ao que seria previsível, o filme não se desenrola tanto em torno da personagem masculina deste triângulo mas, muito mais, em torno de Catherine Stewart, ao qual Julianne Moore responde com um desempenho virtuoso e sem grandes exageros, demonstrando as fragilidades do ser-humano quando exposto a inesperados momentos de tensão… e excitação!
Entregando-se de corpo e alma a uma personagem deveras complexa, a actriz que ainda recentemente despontou em The Kids Are All Right, assume para si praticamente a totalidade das despesas do filme, mesmo que isso “obrigue” a um infeliz desleixe de Egoyan, face às demais personagens.
Meros objectos de decoro, às personagens masculinas falta uma dimensão superior que justifique os seus comportamentos e as relações com as suas parceiras femininas. Fragilidade que acabará por condicionar a evolução dramática do enredo e, sobretudo, prejudicar a grandeza do seu desenlace.
Fica na retina uma obra diferente, corajosa e sensual mas que poderia ter-se revelado num filme bem mais acutilante, se Egoyan arriscasse um pouco mais e explorasse convenientemente alguns dos contornos que ajudariam a compreender melhor as motivações físicas e psicológicas dos seus protagonistas.
Talvez com isto o filme fizesse outro sentido, talvez…
(MAJOR SPOILERS!!!!)
Deleted Scenes
Alternative Endings
Vi esse filme ontem e achei muito bem realizado e interpretado.Julianne Moore no seu melhor.
O teu blogue está muito bem conseguido!
Tal como tu, eu adoro cinema.
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