“Os Agentes do Destino (The Adjustment Bureau)” de George Nolfi
Pode (ainda) não ser o melhor actor da actualidade mas dada a quantidade de filmes (de QUALIDADE!) que tem estreado nos últimos tempos, Matt Damon pode-se considerar (pelo menos) como o mais proeminente actor da actualidade!
O percurso do actor de Boston é realmente fascinante. Olhando apenas para os seus 5 últimos trabalhos (True Grit, Hereafter, Green Zone, Invictus e The Informant!) é impossível não reconhecer o seu enorme talento!
E se 2009 e 2010 foram anos de arromba para o actor, 2011 não parece ter começado assim tão mal!
Junto a Emily Blunt, Damon protagoniza mais um sucesso de bilheteiras, num filme que inesperadamente nos dá muito que pensar! Não será nenhuma obra-prima mas The Adjustment Bureau é suficientemente inteligente e cativante para conquistar espectadores um pouco por todo o mundo.
Adaptação de uma novela de Philip K. Dick – provavelmente o mais profícuo escritor de ficção científica alvo de adaptações à 7º arte – a obra de estreia de George Nolfi (argumentista, entre outros, de Ocean’s Twelve) acaba por revelar-se uma óptima surpresa. Apostando tudo na química entre os dois protagonistas, a história, ainda que contagiada por uma certa complexidade, acaba por se revelar bastante simples e acessível.
David Norris (Damon) é um jovem político que ambiciona tornar-se numa referência do seu país porém, nem sempre a coisas lhe correm de feição e é num desses momentos que encontrará Elise (Blunt), pela primeira vez.
O “destino” fará com que cada um siga a sua vida, apesar da óbvia atracção sentida pelos dois. Movidos por um sentimento infalível, os dois acabarão por se reencontrar mais tarde e aí terão que lidar com forças de outra natureza para permanecerem juntos.
Até onde serão capazes de ir?
Apesar dos contornos “originais” que poderiam afastar um público mais avesso a improbabilidades (chamemo-lhes assim!), o filme tem o dom de reduzir todos os “se’s” a uma questão primordial “Até que ponto controlamos o nosso destino?“.
Sem querer revelar muito mais de um filme que vale pela forma distinta como aborda um tema recorrente na 7ª arte, podemos afirmar que o resultado final é mais que satisfatório – ou como diria alguém mais sábio “nada como baixar as expectativas antes de um filme!”.
Antes de finalizar, destaque para enigmática presença de Anthony Mackie, John Slattery e Terence Stamp que transportam consigo, de forma segura e verossímel, toda a misteriosidade que percorre o filme. Sempre de chapéu, este trio mantém-nos em constante sobreaviso sem, contudo, nunca revelarem as suas verdadeiras intenções…
Uma agradável surpresa que torna o preço do bilhete um valor justo pela 1h45 de entretenimento… nada como uma boa conclusão racional-economicista para resumir um filme tão sensorial/espiritual.
O filme é mesmo uma ótima sugestão, não vejo a hora de assistir