“London Boulevard” de William Monahan
Mistura de Guy Ritchie com Martin Scorsese… é uma das formas de resumir a obra de estreia de William Monahan, galardoado argumentista de The Departed e Body of Lies.
Do primeiro “herdou” o ambiente sórdido e perturbador de uma Londres sombria e perigosa, do segundo o sarcasmo e a violência destemida.
Juntando dois conceitos, de certa forma, complementares, o estreante realizador de Boston aposta num estilo arrojado que peca apenas por temer em evoluir para um lado mais… ligeiro.
Se Colin Farrell é implacável e competente na sua personificação do duro mas regenerado ex-mafioso, Mitchel, já Keira Knhigtley parece despropositadamente relegada para segundo plano quando aparentemente não teria sido má ideia atribuir-lhe outro protagonismo… em favor de um filme mais completo e abrangente.
Mas, em linha com as suas referências, Monahan fica-se pelo lado másculo e feio da história, criando uma imensa teia de mafiosos e gangster de meia tigela que de tudo são capazes para fazer valer a sua vontade e… sobreviver!
Quando Mitchel (Farrell) sai da prisão decidido a nunca mais voltar para o mundo do crime, os principais “reis” do submundo de Londres demoram a compreender a sua renovada vontade.
Um emprego como guarda-costa de uma exilada actriz (Knightley), resultará no refúgio perfeito para as suas pretensões. Mas o seu passado rapidamente irá irromper (sem remorsos) pela sua pacata vivência, obrigando-o a enfrentar os seus vários “demónios”!
Para além dos já referidos protagonistas, destaque para o trio de ingleses formado por David Thewlis, Ben Chaplin e Ray Winstone que ajudam, com franca competência, a dar brilho a uma obra maioritariamente sombria e amarga, numa Londres muito distante de qualquer folheto turístico.
Como obra de estreia as perspectivas são bastante optimistas, falta agora confirmar se tratou-se de um caso isolado ou de um primeiro e seguro passo para uma carreira contundente (como realizador)!
Sentimos que faltou algo…