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“Encontrarás Dragões (There be Dragons)” de Roland Joffé


Estreou praticamente no anonimato (tentando apresentar-se como uma alternativa aos blockbusters que invadem as nossas salas de cinema por esta altura) e desaparecerá da mesma forma…

Tento por pano de fundo as vivências do beato Josemaria Escrivá (Charlie Cox), da sua infância até aos anos da Guerra Civil Espanhola, o filme acaba por se desviar para o triângulo amoroso constituído por Manolo (Wes Bentley), Oriol (Rodrigo Santoro) e Ildiko (Olga Kurylenko) e para as consequências que as suas acções durante a famigerada Guerra tiveram no restante das suas vidas…

Sobre o fundador da Opus Dei, ficamo-nos pelas suas origens humildes, pela sua amizade-rivalidade com Manolo ao longo da infância e adolescência de ambos e pelas suas opções altruístas durante a Guerra.

Recheada de intensidade religiosa e de uma mensagem de fé e esperança, mais do que um retrato biográfico este segmento é quase um filme à parte! Um filme que agradará aos que vieram em busca de uma mensagem mas que afastará aqueles que procuram cinema (de entretenimento).
Em paralelo desenrola-se o referido triângulo amoroso, recheado de armadilhas, invejas e muitos sacrifícios, durante uma era em que os ideais eram “debatidos” ao sabor das balas, dos canhões… e da aviação alemã (que apoiava os partidários do General Franco)!

1982, prestes a consumar-se a beatificação de Josémaria Escrivá, um jornalista espanhol procura entender em maior detalhe quem era o homem por detrás do hábito.
Há vários anos que Roberto (Dougray Scott) não fala com o seu pai mas uma recente viagem a Madrid e a antiga amizade deste com o agora beato Escrivá, fará com que tente uma nova reaproximação. No entanto, Manolo não estará muito interessado em reviver o seu passado, nem em retomar o contacto com o seu filho mas há algo que não pode ficar por contar…

Numa época em que o cinema tende a democratizar-se e em que a autenticidade assume cada vez maior relevo, é com grande pesar e desconforto que se assiste a um filme totalmente desenrolado em solo espanhol e “protagonizado” por personagens espanholas, ser falado em… inglês!
Bem sei que o apelo comercial de um filme falado da “língua universal” é bastante superior mas não sendo There Be Dragons, necessariamente, um filme para o grande público, não seria imprescindível manter a sua sonoridade (língua) original?
Será, no mínimo, estranho e não abona nada em favor da obra de Roland Joffé!

À parte deste “pormaior”, a mais recente obra do autor de The Misson, resulta num filme revelador, em termos históricos, mas que demonstra enorme dificuldade em manter o equilíbrio entre os dois enredos que se desenrolam em paralelo.

Partimos à procura de Escrivá e no fim ficamos com a História de Manolo e Roberto… 2 corações despedaçados e uma redenção in extremis.

Um filme para devotos… da Guerra Civil Espanhola!

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