“Sem Limites (Limitles)” de Neil Burger

Passo a passo Bradley Cooper tem vindo a tornar-se numa estrela em Hollywood!

Recordo-me do sujeito desde as suas breves aparências em Failure to Launch e Wedding Crashers, tendo já na altura ficado com a sensação que o rapaz ia longe…

The Hangover, The A-Team e, agora, este Limitless provam que tinha (alguma) razão nas minhas previsões. Em meia dúzia de anos Cooper passou de “adereço”, a protagonista de alguns dos mais aguardados blockbuters de verão! Not bad…

Desta vez praticamente a solo, o actor de Philadelphia tem muito que agradecer a Neil Burger (The Illusionist) e ao escritor Alan Glynn, por uma história diferente e corajosa.

Com contornos de ficção científica (digo eu?), o filme explora os efeitos que uma droga revolucionária – que permite aumentar exponencialmente a actividade cerebral – tem num escritor fracassado (Cooper) e num reduzido leque de personalidades que com ele interagem durante a sua meteórica subida do anonimato até… ao estrelato (e vice-versa)!

Aqui interessa referir a presença de Abbie Cornish (Sucker Punch, Bright Star), no papel de sua ex-futura namorada e de Robert De Niro como o pretensioso bilionário que “usará” Eddie Mora em seu pleno benefício… ou será o contrário?
Um simples comprimido pode mudar a vida de uma pessoa num instante mas quantos instantes são necessários para a recuperar de volta?

Bradley tem a capacidade de tão facilmente interpretar o desvarido escritor como o charmoso investidor, convencido e seguro de si mesmo. Esta metamorfose, tão essencial perante o argumento em questão, revela o talento de um actor que agrada ao publico feminino (a avaliar pelos suspiros ouvidos na sala) e serve de referência ao público masculino.

Desempenhos à parte, Limitless prende-nos à tela pela forma competente, divertida e, a momentos, violenta com que arrisca num registo diferente, inteligente e criativo.
Longe dos filmes de acção meramente musculados, o filme (aliás em linha com Source Code, entre outros) comprova a recente tendência de Hollywood em conjugar argumentos mais exigentes com acção pura e dura!

Nota positiva para um filme e um género que reflecte em pleno as novas exigências do nosso tempo!

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