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“Thor” de Kenneth Branagh


Mais do que um prazer, a adaptação de Thor à 7ª arte e ao universo cinematográfico da Marvel, sempre me pareceu uma obrigação!

O esforço artístico, iniciado com Iron Man, de dar vida aos mais famosos heróis da BD, trazia consigo um paradigma fundamental, o de lhes transmitir a naturalidade e autenticidade de um qualquer herói dos nossos dias.
Aqui não há lugar para super-poderes, super-vilões e espaços estratosféricos… bem, parece que alguma coisa teve de mudar para “encaixar” Thor nesse conceito!

Deus de outro Mundo, a inclusão do herói de poderes sobrehumanos seria, de certa forma, uma machadada nessa filosofia que tem garantido à produtora imensos benefícios!
Mas Thor é um peça fundamental dos The Avengers e a sua não inclusão iria decepcionar (e afastar) muitos dos fiéis seguidores dos “quadradinhos”… para além de mutilar este grupo fantástico de um dos seus mais complexos e imprevisíveis elementos!

Depois de tudo isto, a opção por Kenneth Branagh como realizador, deixou meio-mundo (onde me incluo!) de boca aberta… no entanto, esta revelou-se bastante acertada!
Ao transmitir a Thor um pouco daquele dualidade shakesperiana (tão comum e tão do agrado de Branagh), o super-herói passou a ser um Homem como nós. Com os seus defeitos e virtudes, as suas fraquezas e forças mas, sobretudo, as suas dúvidas perante o seu propósito neste (e noutros!) mundos!

Antes de se tornar num herói com super-poderes, Thor já era um Deus (pelo menos aos olhos dos terrestres)! Porém, tudo o que é ganho sem grande sacrifício, acaba por ser (demasiadamente) desvalorizado e o jovem herdeiro não fazia ideia de qual o seu lugar no seu mundo.

É neste contexto que o vemos chegar ao nosso planeta. Renegado como um simples homem e impotente como qualquer humano, Thor terá de encontrar-se a si mesmo… e não há nada mais humano que isso!

Apesar do seu aspecto 3D(!), Chris Hemsworth (o pai do Capt. Kirk, no regenerado Star Trek) tem a habilidade suficiente para realçar o lado mais humano de uma personagem que à partida podia-se julgar uni-dimensional.
Ao lado do actor australiano encontramos 2 actores que dispensam apresentações: Sir Anthony Hopkins e Natalie Portman. Dois “pesos pesados” da interpretação que apesar de não se encontrarem (propriamente) no seu habitat natural, acabam por revelar-se preponderantes no esforço de transmitir outro carácter e outra sensibilidade a um filme de super-heróis!

Enaltece-se o esforço, aprecia-se os contornos mitológicos e introspectivos e aplaude-se o uso do 3D de forma competente (ainda que não exuberante!).

Estou convicto que agradará aos muitos fãs da personagem e será suficientemente conciso para satisfazer aqueles (como eu!) que anseiam por vislumbrar todo o conjunto.

Depois disto, resta dizer “venha de lá o Captain America!!!!!”.

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