“A Águia da Nona Legião (The Eagle)” de Kevin Macdonald
Com The Last King of Scotland (filme que valeu o Oscar de Melhor Actor a Forest Whitaker), Kevin Macdonald tornou-se numa referência incontornável da 7ª arte!
Seguiu-se o preciso State of Play e, agora, este The Eagle, um filme visceral, intenso e poderoso que nos transporta para o tempo dos romanos (século II d.c.).
No entanto, para além dos dois desempenhos competentíssimos de Channing Tatum e, sobretudo, de Jamie Bell, e de um curioso ensaio sobre a lealdade, a honra e a amizade, o filme pouco mais tem para oferecer.
Ainda que sentido-se o esforço para desmistificar preconceitos, Macdonald não consegue fugir ao estigma de civilização dominante (logo mais humana, mais inteligente, grandiosa) versus todos os outros povos que com ela se deparam – forçosamente bárbaros, irracionais e desnecessariamente violentos!
20 anos depois do seu pai perder a Águia que consagrava uma das mais místicas legiões do império romano, Marcus Aquila (Tatum) é colocado como comandante do posto de controlo mais a norte do território britânico.
Decidido a limpar o nome da sua família, Marcus terá de superar o preconceito inicial e alguns obstáculos imprevisíveis até ter a oportunidade de se aventurar por entre terras desconhecidas.
A seu lado terá apenas Esca (Bell), um escravo que se revelará perante situações extremas…
Apesar dos esforços do realizador em tornar o filme em algo mais emocional e profundo, o que desponta mesmo são algumas cenas de forte impacto visual durante momentos de luta e confronto físico!
Pese embora os desempenhos de Tatum, a confirmar-se como uma futura estrela de Hollywood e, especialmente de Bell, que fez-se homem rapidamente, falta ao filme uma certa consistência de argumento e de mise–en–scène que ajude a torná-lo relevante.
Sem isso, resta uma obra mediana que fará bem mais pelos seus protagonistas do que pelo seu realizador…
Esperemos por melhores dias!